O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) fecharam um acordo nesta terça-feira, em reunião realizada entre os seus dirigentes, visando à divisão da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. O acerto é que o PT assumirá a presidência da Câmara e o PMDB, a do Senado.
As duas legendas possuirão, a partir de 2003, a maioria dos parlamentares nas duas Casas Legislativas, e, por uma tradição no Congresso Nacional, têm o direito de fazer a indicação dos respectivos presidentes.
O acordo foi divulgado pelo líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha, que concedeu entrevista à saída da reunião na casa do presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
Temer e os líderes do PMDB na Câmara, Gedel Vieira Lima, e no Senado, Renan Calheiros, discutirão ainda a proposta em reunião com a executiva do partido marcada para esta tarde.
Para Cunha, esse acordo significa a manutenção da prerrogativa segundo a qual a bancada majoritária indica a presidência em cada casa legislativa.
O PT elegeu 91 deputados em outubro, tornando-se a maior bancada da Câmara; o PMDB é líder no Senado, com 20 cadeiras.
“Neste momento, o que importa é o respeito às instituições”, disse João Paulo. “Não se chegou a discutir o apoio do PMDB ao governo”.
Cunha negou que o PT, devido ao apoio de José Sarney a Luiz Inácio Lula da Silva, tenha preferência pelo ex-presidente para a liderança no Senado.
O presidente do PT, deputado José Dirceu, é cotado para presidir a Câmara.