Queda ampliada da inflação mostra fraqueza contínua na economia do país

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Publicado Quinta, 21 de Setembro de 2017 às 12:22, por: CdB

Nos 12 meses até setembro, a alta acumulada da inflação chegou a 2,56%. O menor nível desde março de 1999, (+2,64%), quando o Brasil adotou o regime de metas de inflação. Também mais fraca do que o avanço de 2,60% esperado.

 

Por Redação - do Rio de Janeiro

 

Os meses passam e a aludida retomada do crescimento econômico se desfaz nos números da realidade. Nesta quinta-feira, a prévia da inflação oficial no Brasil desacelerou mais do que o esperado em setembro. Atingiu o menor nível para o mês em 11 anos, ampliando as chances de terminar este ano abaixo do piso da meta pela primeira vez.

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A fraqueza na economia aparece nos preços em supermercados

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,11% em setembro, após avanço de 0,35% em agosto, de acordo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Meta de inflação

Este é o patamar mais baixo para um mês de setembro desde 2006, quando o índice registrou variação positiva de 0,05%, e também ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,15% na comparação mensal.

Nos 12 meses até setembro, a alta acumulada chegou a 2,56%, menor nível desde março de 1999, (+2,64%), quando o Brasil adotou o regime de metas de inflação, e também mais fraca que o avanço de 2,60% esperado.

Assim, o indicador foi ainda mais abaixo do piso da meta oficial deste ano. Este é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gasolina cara

Se a inflação terminar o ano abaixo de 3%, será a primeira vez que o BC terá que justificar porque a inflação ficou abaixo do objetivo. O BC descumpriu a meta três vezes nas últimas duas décadas. Mas em todos esses casos, entregou a inflação acima do alvo.

De acordo com o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas, com importante peso sobre o bolso do consumidor, registrou queda de 0,94% em setembro. O movimento ocorre após recuo dos preços de 0,65% no mês anterior.

Os alimentos para consumo em casa registraram queda de 1,54%. O destaque ficou para o tomate (-20,94%), o feijão-carioca (-11,67%) e o alho (-7,96%).

O grupo Transportes, por sua vez, teve o maior impacto de alta. Subiu 1,25% devido, principalmente, ao avanço de 3,43% dos combustíveis. O grupo, entretanto, mostrou desaceleração ante a alta de 1,35%, em agosto.

Demanda

Após levar a taxa básica de juros Selic para os atuais 8,25%, o Banco Central já sinalizou que vai desacelerar o ritmo de cortes. Mas de forma gradual, em meio ao cenário cada vez mais fraco da inflação.

Após redução de 1 ponto percentual no último encontro, a expectativa em geral é de corte de 0,75 ponto em outubro. Isso, apesar dos sinais recentes de força no mercado de trabalho; e de recuperação gradual da economia, uma vez que a demanda permanece contida.

Nesta quinta-feira, o BC também passou a ver a inflação abaixo do centro da meta em 2017 e 2018. Calcula, no relatório de inflação, alta do IPCA de 3,2% em 2017 e de 4,3% em 2018; abaixo dos patamares de 3,3 e 4,4% vistos anteriormente.

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