Queda nas vendas de máquinas agrícolas acompanha fraqueza na indústria

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Publicado Quinta, 05 de Janeiro de 2017 às 13:27, por: CdB

Na produção de máquinas para a agricultura, que somou 53.017 unidades, o panorama é ainda mais sombrio para a indústria. Uma queda de 4,1% ante 2015

 

Por Redação - de São Paulo

 

A queda nas vendas de máquinas agrícolas no Brasil foi mais um dado negativo para investidores, depois dos números fracos na produção industrial do país. A comercialização destes veículos fecharam 2016 com recuo de 4,8% ante o ano anterior, com um total de 42.839 unidadas negociadas. O informe, divulgado nesta quinta-feira, é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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Máquinas agrícolas são insumo necessário para manter a competitividade na área rural. Fator preponderante para a indústria

Na produção de máquinas para a agricultura, que somou 53.017 unidades, o panorama é ainda mais sombrio. Uma queda de 4,1% ante 2015.

Segundo a Anfavea, a venda e a produção de máquinas começaram a apresentar recuperação a partir do segundo semestre de 2016, mas em ritmo insuficiente para superar o desempenho do ano anterior. Em dezembro, foram comercializadas 4.093 unidades em máquinas agrícolas, com alta de 14,8% ante novembro e de 84% ante o mesmo mês de 2015.

No mês passado, a Anfavea contabilizou a produção de 5.536 unidades dessas máquinas, uma alta de 1% ante novembro. Na comparação anual houve forte avanço, de mais de 500% ante as 906 unidades produzidas em dezembro de 2015.

Resultado pífio

A produção industrial do Brasil voltou a subir em novembro após forte queda no mês anterior, porém muito menos do que o esperado e sem dar indícios de reversão do quadro de fraqueza pelo qual passa a economia.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que a produção industrial avançou 0,2% em novembro na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 2,0%. Em outubro, a indústria havia recuado 1,2%.

Na comparação com o mesmo mês de 2015, a produção apresentou queda de 1,1% em novembro, 33ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e frustrando a expectativa de avanço de 0,45%.

— Com isso a indústria entra em 2017 com carregamento negativo, e vai ficando mais difícil o cenário de crescimento para o setor — avaliou a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara.

Papel e papelão

Segundo ela, o dado deve levar a uma nova revisão por economistas dos números do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre.
— Já tínhamos recuo de 0,5%, e podemos revisar para baixo — acrescentou.

Entre as categorias pesquisadas, segundo o IBGE, a categoria que apresentou queda em novembro foi a de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis, de 0,5% sobre o mês anterior, chegando ao quinto mês seguido de perdas. Para Zara, essa foi a surpresa negativa no mês, após aumento das vendas de papel e papelão.

A categoria Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou alta de 2,5% em novembro sobre o mês anterior, depois de mostrar contração por 4 meses seguidos e longe de reverter as perdas. A produção de Bens de Consumo Duráveis avançou 4% na mesma base de comparação, ainda segundo o IBGE.

Atividade na indústria

Dos 24 ramos pesquisados, 13 apresentaram alta na comparação mensal, com destaque para o aumento de 6,1% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Na outra ponta, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis registrou recuo de 3,3% na mesma comparação.

O setor industrial enfrentou no ano passado a fraqueza da demanda interna diante do cenário de recessão e baixa confiança no Brasil.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a atividade industrial do Brasil atingiu em dezembro o patamar mais fraco em seis meses, com a situação econômica afetando com força a entrada de novos negócios e a produção.

Na pesquisa Focus do Banco Central, os economistas projetam retração de 6,58% da produção industrial em 2016, contribuindo para a queda de 3,49% do PIB. Para este ano, a expectativa é de que a indústria apresente crescimento de apenas 0,88%, com a economia expandindo 0,50%.

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