Radiobrás faz debate no Dia Internacional pela Democratização na Mídia

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Publicado sábado, 16 de outubro de 2004 as 11:50, por: CdB

Representantes da sociedade civil e especialistas da área de comunicação vão se reunir amanhã em defesa da qualidade da programação da televisão brasileira e da democratização dos meios de comunicação. O debate ocorrerá durante a edição especial do programa Diálogo Brasil, que será transmitido ao vivo em rede pública de televisão, das 14h às 15 horas, com geração pela TV Nacional em Brasília. O evento faz parte das atividades programadas para o Dia Internacional da Democracia na Mídia.

O programa irá ao ar uma hora antes do protesto simbólico convocado pela campanha Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania. A campanha pede à população que desligue os televisores durante uma hora. O coordenador da campanha, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), participará do debate no estúdio da TV Nacional de Brasília, ao lado do representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Daniel Herz.

A mediação do debate será feita pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior. Na TV Cultura de São Paulo, participará o professor, jornalista e sociólogo Laurindo Leal Fillho, fundador da organização não-governamental Tver. Na TVE Rede Brasil, do Rio de Janeiro, estará a psicanalista Maria Rita Kehl, co-autora do livro “Videologias”, com o jornalista Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás. O programa também será retransmitido pela Rede Vida, pela TV Câmara, por TVs universitárias, legislativas e por outras emissoras interessadas.

Segundo o deputado Orlando Fantazzini, um dos objetivos do debate é fazer com que a sociedade reflita sobre o papel da TV brasileira. “Lamentavelmente as emissoras comerciais têm uma filosofia que é única e exclusivamente voltada à lucratividade. E, para que obtenham esse lucro, elas não se incomodam em explorar a miséria, explorar a desgraça da população, afrontar a dignidade humana, desrespeitando os direitos das mulheres, dos negros, dos indígenas, fazendo apologia ao crime, espetacularizando a violência da sociedade e, ao mesmo tempo, instigando a sexualidade precoce. Então, desde que dê lucratividade, as emissoras não se importam em ter algum compromisso com o que nós podemos dizer e com a consciência cidadã”, avaliou Fantazzini, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM.

O debate também terá inserções ao vivo de várias regiões do país. Em Brasília, por exemplo, estudantes de Comunicação montarão um estúdio de rádio na Torre de Televisão, um dos principais pontos turísticos da capital. A atividade será promovida pela Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social e pelo Centro de Mídia Independente (CMI) que organizam a 2ª Semana pela Democratização da Comunicação.