Rebeldes chechenos ameaçam começar a matar reféns

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Publicado Sexta, 25 de Outubro de 2002 às 13:56, por: CdB

Os rebeldes chechenos que mantêm cerca de 700 reféns em um teatro de Moscou, desde a noite de quarta-feira, ameaçaram começar a matar os cativos a partir do sábado se o Governo da Rússia não cumprir suas exigências, afirmou nesta sexta-feira Sergei Ignatchenko, do serviço de segurança pública. Ignatchenko disse à agência de notícias russa Interfax que as forças de segurança estavam analisando o uso de "ação adequada" para pôr fim ao impasse, mas não entrou em detalhes. A notícia surgiu horas depois de os seqüestradores terem rejeitado um apelo de mediadores para libertar cerca de 75 estrangeiros que estão entre os reféns. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou por sua vez que a prioridade das autoridades é preservar a vida dos reféns. "O único e principal objetivo é hoje preservar a vida das pessoas retidas como reféns pelo grupo armado", declarou Putin no Kremlin, durante uma reunião com líderes partidários na Duma, a câmara baixa do Parlamento. Pela manhã, oito crianças, com idades entre 6 e 12 anos, haviam sido soltas, mas seus país permaneceram em poder dos rebeldes. "As crianças foram libertadas incondicionalmente", disse Dmitry Rogozin, presidente da comissão de assuntos externos do Parlamento russo, segundo a agência de notícias Interfax. Entre os estrangeiros que estão em poder dos rebeldes há norte-americanos, britânicos, holandeses, australianos, austríacos e alemães. Os seqüestradores, que seriam 50, ameaçam matar todos os seus reféns e fazer explodir o prédio se suas exigências para um fim da guerra na Chechênia não forem atendidas. Inicialmente, eles teriam fixado prazo de uma semana. Um refém que teve acesso à imprensa disse que a situação é tensa no teatro, onde as condições estão piorando. Os cativos, de acordo com a fonte, não têm recebido alimentos nem água em quantidades suficientes e suas condições de higiene vêm se deteriorando. Yelena Malyonkina, uma porta-voz da produção do musical "Nord-Ost", que estava sendo apresentado no teatro, disse, citando Anatoly Glazychev, um membro da equipe de apoio da peça, que uma bomba foi plantada no centro do prédio e o palco e todas as saídas estão minados. "Os terroristas e os reféns estão nervosos", disse a fonte à agência de notícias Associated Press. Imagens da televisão russa, feitas no interior do teatro, mostram cerca de 10 mulheres, integrantes do grupo armado, com bombas atadas a seus corpos. A Polícia russa disse que os seqüestradores se identificaram como membros da Vigésima Nona Divisão do Exército checheno, acrescentando que estes teriam dito que estavam preparados para morrer por sua causa. Citando repórteres da emissora russa NTV, a Associated Press disse que o líder do grupo foi identificado como Movsar Barayev, um sobrinho do líder rebelde Arbi Barayev, que teria morrido no ano passado. Manifestação Na manhã desta sexta-feira, um grupo de até 100 parentes de reféns realizou um protesto em frente ao teatro. A manifestação foi organizada depois que alguns reféns, usando telefones celulares, ligaram para suas famílias e as exortaram a protestar contra a guerra na Chechênia - uma república da Federação Russa que luta pela independência. Os manifestantes exibiram cartazes em que se liam inscrições como: "Não à guerra na Chechênia" e "Mamãe, nós estamos esperando por você". Ao todo, até a manhã desta sexta-feira, 37 pessoas foram libertadas pelos seqüestradores ou conseguiram fugir do prédio, incluindo três mulheres que foram vistas, em vídeo, correndo e sendo recebidas por policiais. As negociações, por telefone ou por meio de contatos no prédio, têm sido esporádicas e envolvem diplomatas, além de representantes da Cruz Vermelha e de membros do Parlamento russo. Forças especiais estão cercando a região do teatro, mas mantendo uma distância significativa do prédio, enquanto atiradores de elite estão posicionados em pontos estratégicos, incluindo os telhados de edifícios

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