Reino Unido aprova pílula antiviral para tratamento da covid-19

Arquivado em:
Publicado Quinta, 04 de Novembro de 2021 às 07:31, por: CdB

Este é o primeiro tratamento antiviral por via oral contra a doença a ser aprovado, e o aval britânico acontece antes de uma potencial luz verde de órgãos reguladores dnos Estados Unidos. Conselheiros da agência norte-americana se reunirão neste mês para discutir se o molnupiravir deve ser aprovado.

Por Redação, com Reuters - de Londres

O órgão regulador de medicamentos britânico anunciou nesta quinta-feira que aprovou uma pílula antiviral contra a covid-19, desenvolvida conjuntamente pela farmacêutica MSD e pela Ridgeback Biotherapeutics. O Reino Unido torna-se o primeiro país a liberar um tratamento que tem o potencial de mudar o curso da pandemia.
pilula.jpeg
País é o primeiro a liberar o tratamento
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) recomendou que o produto, chamado molnupiravir, seja usado o mais rapidamente possível após um diagnóstico positivo de covid-19 e cinco dias após o início dos sintomas. Este é o primeiro tratamento antiviral por via oral contra a doença a ser aprovado, e o aval britânico acontece antes de uma potencial luz verde de órgãos reguladores dnos Estados Unidos. Conselheiros da agência norte-americana se reunirão neste mês para discutir se o molnupiravir deve ser aprovado.

Medicamento

O medicamento, que receberá o nome comercial de Lagevrio no Reino Unido, tem sido observado de perto. Dados mostraram, no mês passado, que ele reduz à metade as chances de morrer ou ser hospitalizado por causa do novo coronavírus, para aqueles com risco maior de desenvolver formas graves da covid-19 quando recebem o medicamento no início. O governo britânico disse que o Serviço Nacional de Saúde (NHS) do país irá confirmar, no devido tempo, como o medicamento será aplicado em pacientes. No mês passado, o Reino Unido fechou acordo com a MSD para garantir 480 mil tratamentos com o molnupiravir. Em comunicado separado, a MSD afirmou que espera produzir 10 milhões de unidades até o final deste ano, com 20 milhões a serem produzidos em 2022.

Vacina indiana

A Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu na quarta-feirea licença para uso de emergência de vacina Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech da Índia, oferecendo garantias para o produto que os reguladores do país já tinham autorizado há meses. Pelo Twitter, a OMS afirmou que seu grupo de assessoria técnica avaliou que os benefícios do imunizante contra a covid-19 superavam significativamente os riscos e que ele atende aos padrões da organização para proteção contra a covid-19. A decisão torna o imunizante a oitava vacina contra a covid-19 a receber luz verde da OMS. – Essa decisão de uso de emergência amplia a disponibilidade de vacinas, a ferramenta mais eficaz de que dispomos para acabar com a pandemia – disse Mariângela Simão, diretora-geral assistente para o acesso a medicamentos e produtos de saúde. A Covaxin foi desenvolvida pela Bharat Biotech, em parceria com o Conselho Indiano para Investigação Médica, o órgão máximo de pesquisa do governo. A decisão sobre a Covaxin, que era esperada na semana passada, foi adiada porque o grupo consultivo da agência buscou esclarecimentos adicionais da farmacêutica antes de conduzir uma avaliação final de risco-benefício para o uso mundial da vacina. O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS também recomendou o uso de Covaxin em duas doses, com um intervalo de quatro semanas, em todas as faixas etárias acima de 18 anos.

Vírus desativado

A vacina é feita utilizando o vírus desativado, para proporcionar resposta imune e é administrada em duas doses. A OMS afirmou que a vacina foi considerada 78% eficaz na prevenção da covid-19 grave e "extremamente adequada" para países pobres, devido a procedimentos de armazenamento mais fáceis. Um grupo de especialistas convocado pela OMS defendeu que são insuficientes os dados sobre a segurança da vacina em mulheres grávidas. Estudos estão sendo feitos para analisar a questão. O regulador de medicamentos indiano autorizou a Covaxin em janeiro, meses antes de os testes em humanos estarem completos, causando preocupação nos especialistas quanto à administração prematura da vacina. A Bharat Biotech publicou resultados em julho, revelando que o imunizante tinha eficácia de 93% na prevenção da covid-19 grave e de cerca de 65% contra infecções pela variante mais contagiosa, a Delta. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tomou a primeira das duas doses em março. Em meados de outubro, mais de 110 milhões de doses da vacina haviam sido administradas, fazendo da Covaxin a segunda mais usada contra a covid-19 na Índia, seguida pela Pfizer e a AstraZeneca.

Brasil

No Brasil, a vacina foi alvo de investigação por parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado este ano. Após denúncias de irregularidades envolvendo a negociação do imunizante com o Ministério da Saúde, o contrato para aquisição de 20 milhões de doses ao custo de R$ 1,6 bilhão foi cancelado em agosto pela pasta, antes que qualquer valor fosse pago.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo