O Parlamento britânico aprovou, o primeiro procedimento de fertilização in vitro do mundo chamado de “três pais”. No processo, os bebês, nascidos a partir de embriões geneticamente modificados, teriam o DNA de três pessoas: da mãe, do pai e de uma doadora do sexo feminino. O procedimento foi aprovado por 382 votos a favor e 128 contra.
A fertilização in vitro com três genitores visa impedir que mulheres portadoras de uma doença mitocondrial passem a disfunção genética para seus bebês. As mitocôndrias são as estruturas de produção de energia fora do núcleo das células. Defeitos na mitocôndria podem resultar em doenças degenerativas, como problemas cardíacos fatais, cegueira e retardamento mental.
– Este é um passo ousado, mas é um passo analisado e informado – disse a ministra da Saúde do Reino Unido, Jane Ellison, durante o debate sobre a doação mitocondrial no Parlamento britânico.
A nova técnica envolve a remoção do núcleo do DNA do óvulo de uma futura mãe, inserindo-o num óvulo doador, do qual o núcleo de DNA foi removido. Como resultado, o embrião teria o núcleo de DNA de seus pais biológicos, mas o DNA mitocondrial do doador feminino. Cientistas afirmam que o DNA do óvulo doador representa menos de 1% dos genes do bebê resultante.
No entanto, críticos ao procedimento argumentam que a nova técnica ultrapassaria um limite científico fundamental. O diretor do grupo Human Genetics Alert, David King, afirmou estar preocupado com o fato de que esse processo abriria o caminho para os chamados “bebês de design de eugenia”, manipulação genética para escolher características físicas e aptidões de novos seres humanos.