O dólar operava em alta nesta terça-feira, depois de uma abertura fraca, com o câmbio pressionado por remessas de recursos e pelo ajuste de posição de algumas tesourarias atentas ao cenário externo.
A divisa norte-americana era vendida a R$ 2,123, com valorização de 0,43%. Operadores citaram uma forte saída de recursos de uma empresa de telefonia, que pressionava as cotações. Depois de recuar na véspera, o rendimento pago pelos Treasuries de 10 anos voltou a subir nesta terça-feira sob incentivo de dados mais fortes que o esperado sobre moradias nos Estados Unidos. Com isso, os títulos da dívida externa de países emergentes perdiam atratividade.
O operador de câmbio da corretora Didier Levy, Júlio César Vogeler, citou ainda os preços elevados de petróleo no mercado internacional, que seguravam a atenção dos investidores por representar risco à inflação. Os preços do petróleo em Londres e Nova York seguiam acima dos US$ 73 o barril nesta manhã.
– Mas essa puxada de hoje é pontual, é mais um ajuste e fluxo. A tendência até sexta é o pessoal fazer a Ptax… todo mundo vai tentar colocar esse dólar para baixo – comentou Vogeler.
O operador lembrou que a taxa média do dólar da sexta-feira servirá de base para liquidação dos contratos de dólar futuro da Bolsa de Mercadorias & Futuros, para emissão dos contratos de swap cambial reverso negociados na semana passada e para o vencimento de US$ 920 milhões em swap reverso na segunda-feira.
Vogeler acredita que, se o cenário externo colaborar e ficar tranquilo, o dólar deve voltar a cair. Segundo ele, o mercado está todo direcionado ao cenário externo.
Analistas lembraram, porém, que o dólar não deve cair com muita força mesmo que o cenário ajude, pois há uma resistência do mercado em derrubar o dólar abaixo de R$ 2,10. O preço baixo da moeda norte-americana também reduz o apetite para venda.
– O mercado fica meio de lado, esse mês todo está sendo mais devagar, de baixa volatilidade – destacou o responsável por câmbio do banco ING, Alexandre Vasarhelyi.