Rio irá atender exigências sobre águas da Baía de Guanabara, diz ministro

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Publicado sexta-feira, 31 de julho de 2015 as 13:11, por: CdB

Por Redação, com ABr – de Brasília/Rio de Janeiro

O ministro do Esporte, George Hilton, disse nesta sexta-feira que as autoridades brasileiras estão preocupadas em cumprir as exigências do Comitê Olímpico Internacional sobre a qualidade das águas da Baía de Guanabara, para os eventos dos Jogos Olímpicos de 2016.

Na quinta-feira, foi divulgada uma pesquisa da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, a pedido da Associated Press, que indicou que as competições na baía deverão ocorrer em um ambiente contaminado por fezes humanas, com risco de doenças para os atletas.

Hilton explicou que, a partir dos eventos-teste, os organizadores vão identificar as deficiências para corrigi-las até o ano que vem
Hilton explicou que, a partir dos eventos-teste, os organizadores vão identificar as deficiências para corrigi-las até o ano que vem

 

Segundo o ministro, no entanto, as autoridades locais se anteciparam, fizeram análises e já deram declarações de que as informações divulgadas não correspondem à realidade. “O próprio técnico da Seleção Brasileira de Remo disse estar surpreso. Eu tenho certeza que o trabalho que vem sendo feito pelos entes, governo federal, governo do Estado e também a prefeitura, vai nos permitir ter, com toda normalidade, um grande evento nos esportes náuticos”, disse o ministro.

Hilton explicou que, a partir dos eventos-teste, os organizadores vão identificar as deficiências para corrigi-las até o ano que vem. O ministro do Esporte participou nesta sexta-feira do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Provas olímpicas

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro afirmou na quinta-feira que garante a qualidade da água nos locais de competição dos Jogos Olímpicos de 2016 com base nos critérios internacionais, após novos testes terem revelado uma alta presença de vírus causadores de doenças na cidade.

O Inea reconheceu que a Marina da Glória, onde os barcos das provas de vela ficarão estacionados, está fora dos padrões de qualidade, mas rejeitou o estudo divulgado nesta quinta-feira pela Associated Press apontando que os atletas correm risco de contaminação por vírus nas áreas de competição.

– Tanto pelos parâmetros europeus como americanos, a qualidade da água está apta para a realização das provas – afirmou o Inea em nota oficial.

Segundo o instituto, a qualidade das águas do Rio de Janeiro é monitorada com uso de indicadores bacteriológicos, verificando a quantidade presente de coliformes fecais, enterococos e escherichia coli, e que nesse aspecto não há risco à saúde dos competidores.

O levantamento divulgado pela AP, que encomendou os testes de qualidade da água à Universidade de Novo Hamburgo, aponta riscos de doenças transmitidas por vírus, como problemas estomacais e respiratórios.

Os testes apontaram riscos de contrair doenças durante provas na Baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e na praia de Copacabana, mas atletas que vão disputar os Jogos garantiram não estar preocupados.

– Os brasileiros não pegam nada – disse à agência inglesa de notícias Reuters o velejador bicampeão olímpico Marcelo Ferreira. “Nunca tive problema de saúde velejando na Baía de Guanabara.”

A despoluição da Baía de Guanabara, onde o acúmulo de detritos em certos pontos lembra um lixão a céu aberto, foi uma das principais promessas do Rio em sua candidatura para receber os Jogos, mas o governo já reconheceu que não será possível cumprir a meta.

As autoridades agora esperam que medidas paliativas, como o uso de barcos de limpeza para a superfície e a colocação de barreiras nas raias olímpicas, diminuam o problema para os Jogos Olímpicos. O local será palco de um evento-teste para a Olimpíada entre os dias 15 e 22 de agosto.

Em nota, o Comitê Olímpico Internacional reiterou na quinta-feira que a saúde dos atletas é uma prioridade e que está em conversas constantes com os organizadores para garantir a qualidade da água para as competições.

– Por exemplo, nós sabemos que medidas proativas estão sendo tomadas e implementadas no entorno da Baía de Guanabara pelas autoridades locais, como o fechamento de aterros, a redução da poluição industrial, o aumento do tratamento de água e a redução do lixo flutuante – disse o COI.

– Nós temos garantias da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de outras partes de que não há risco significativo à saúde dos atletas – acrescentou.