Maia argumentou que o Brasil vive; hoje, o fim de um longo ciclo político de polarização entre dois partidos: o PT e o PSDB.
Por Redação – de Salvador
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a rejeição da sociedade ao PSDB, de acordo com recentes pesquisas, prejudica a imagem do pré-candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin (SP).
— Ele é um bom governador. Mas a rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT, e isso está contaminando a imagem dele do pré-candidato tucano — disse. O deputado do DEM lança, nesta quinta-feira, a sua pré-candidatura à Presidência da República na convenção nacional do DEM em Brasília.
Maia argumentou que o Brasil vive; hoje, o fim de um longo ciclo político de polarização entre dois partidos: o PT e o PSDB. Para ele, a população está cansada dessa polarização e vai procurar uma alternativa nessa eleição. E frisou:
— Tenho muitas dúvidas sobre a vitória do PSDB nas eleições — disse.
Passado
O deputado afirmou que os partidos de centro-direita não podem deixar espaço aberto para a oposição nesta eleição.
— Se não conseguirmos uma alternativa, vamos entregar a eleição novamente para a oposição; seja o PT, o Ciro Gomes, que têm uma visão atrasada sobre a economia — afirmou.
Ao ser questionado se poderá vir a ser o candidato que representa o governo nesta disputa eleitoral, Maia evitou uma resposta direta. Mas afirmou que irá defender propostas relacionadas ao atual governo; sempre que forem “convergentes” com o seu projeto. Disse que quer ser o candidato “de um projeto” e que vai “olhar para o futuro”.
— Um candidato que defende o atual governo estará defendendo o passado, não o futuro, (…) e terá poucas chances de vitória — disse.
Economia
Ele acrescentou que o Palácio do Planalto vai ter dificuldade de “colocar um candidato nesse jogo” pela Presidência do Brasil. Para ele, a eventual candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; ou a tentativa de reeleição de Michel Temer simbolizarão o “passado” recente. Nele, a população “sofreu com a recessão e o desemprego”, diz ele.
Maia afirmou que o sucesso da economia brasileira – retratado na melhora do mercado de trabalho, por exemplo – “ficou na conta” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A piora, acrescenta, “ficou na conta do governo Temer”.
— Apesar de o Brasil já estar crescendo, não existe uma sensação de melhora por parte da sociedade — afirmou.
Ceticismo
A entrevista de Maia, ocorreu quase que simultânea à do novo presidente da legenda, o prefeito soteropolitano, ACM Neto. Ele prega o distanciamento do Palácio do Planalto. Coube a ele apontar que Maia tende a bater no ex-aliado Michel Temer (MDB),
Novo presidente do DEM, ACM Neto afirmou que a candidatura de Maia ao Palácio do Planalto “não será uma candidatura de governo”.
Ele falou de maneira mais direta quanto ao distanciamento que seu partido em relação ao emedebista.
ACM assume o comando nacional do DEM nesta quinta-feira, na convenção que lançará o nome de Maia à Presidência. A candidatura é encarada com ceticismo até por aliados, mas a sigla pretende manter seu nome na disputa pelo menos até junho.
— Não temos nada a perder — concluiu.