Roseana desiste de disputar a Presidência da República

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Publicado Domingo, 14 de Abril de 2002 às 21:28, por: CdB

A expectativa confirmou-se. Pressionada pelas denúncias crescentes contra sua empresa, a Lunus, e pela queda drástica nas pesquisas de intenção de voto, a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, anunciou que não vai mais concorrer à Presidência da República nas eleições de outubro. Ao fazer o anúncio à imprensa, em São Luís, Roseana, do Partido da Frente Liberal (PFL) alegou ser "vítima de perseguição política", acrescentando que sua resistência pessoal para levar a campanha adiante fora vencida. A expectativa é de Roseana tente uma vaga para o Senado. Logo após o comunicado de Roseana, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, emitiu uma nota dizendo que acatava a decisão da agora ex-candidata, acrescentando que serão necessárias mais duas semanas para definir o futuro do partido na sucessão de Fernando Henrique Cardoso. "O PFL acata a decisão da ex-governadora Roseana Sarney, agradece a sua inestimável colaboração e apóia integralmente o texto de sua nota oficial", informa a nota de Bornhausen. "O Partido aguardará a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para o próximo dia 18, em que finalmente ficarão estabelecidas as regras que regerão as próximas eleições. A partir de então, serão ouvidos todos os nossos principais líderes, incluindo os integrantes de nossa bancada federal, para que a Comissão Executiva Nacional possa definir o critério adequado aos destinos do Partido", concluiu. Com a queda de Roseana nas pesquisas, o PFL vinha negociando uma possível aliança com o Partido Popular Socialista (PPS), cujo candidato à presidência é o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes. No começo desta semana, duas pesquisas de intenção de voto colocaram Roseana no quarto lugar da corrida presidencial, com meros 13 por cento - 12 pontos percentuais a menos do que em fevereiro, quando foram feitas as últimas enquetes antes da operação da Polícia Federal na Lunus. Na sexta-feira, as principais lideranças do PFL reuniram-se em São Paulo para decidir os rumos do partido. Bornhausen disse que manteria a pré-candidatura de Roseana, mas não negou a insatisfação diante das denúncias envolvendo a ex-governadora e com seu fraco desempenho nas pesquisas eleitorais. A derrocada de Roseana começou em 1º de março, quando agentes da Polícia Federal vasculharam os escritórios da Lunus e apreenderam documentos que provariam a participação da empresa com fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Além disso, Roseana e o marido, Jorge Murad, seu sócio na Lunus, não conseguiram explicar a origem de R$ 1,34 milhão também apreendido na empresa e que seria usado na campanha. Roseana falou em doações de parentes e amigos, que, entretanto negaram a versão. Para agravar ainda mais a situação, a juíza da 4ª Vara de Execuções Fiscais, Rosimayre Gonçalves de Araújo Carvalho, decretou a prisão do empresário Emílio Jorge Murad, irmão de Jorge Murad. Emílio foi acusado de ser depositário infiel de bens que deveriam estar à disposição da Receita Federal.

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