Ruanda lembra 10 anos de genocídio

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Publicado Quarta, 07 de Abril de 2004 às 07:04, por: CdB

Mesmo com a ausência de lideranças ocidentais, o governo e o povo Ruanda fizeram nesta quarta-feira o registro históricodo 10º aniversário do genocídio que é considerado um dos mais graves crimes do século XX.

Milhares de pessoas, mulheres, homens e crianças, exibiam fotos de parentes e amigos mortos, vítimas entre os 800 mil tutsis e hutus moderados trucidados por hutus extremistas - enquanto as nações do Ocidente estavam preocupadas com outras crises e sem disposição de pôr suas tropas em situação de risco. 

"Passará uma eternidade para que a indiferença detestável e culpada da comunidade internacional seja esquecida - declarou Louis Michel, chanceler da ex-colônia da Bélgica, que perdeu 10 soldados de paz no massacre, o que levou o país a retirar seus soldados de Ruanda.

Líderes de Ruanda se reuniram num estádio e fizeram dois minutos de silêncio, interrompido algumas vezes por cantos de um coro de mulheres. O dia 7 de abril foi designado pela ONU como "Dia Internacional da Reflexão" para Ruanda.

Contudo, além das cerimônias em escritórios da ONU como Nairóbi, Genebra e nas embaixadas de Ruanda, não havia sinais de que as cerimônias estivessem recebendo atenção internacional.

A pequena república do Centro da África mergulhou numa matança ética frenética que terminou com 800 mil mortos em cem dias, nos meses que se seguiram à morte do presidente Juvenal Habyarimana, cujo avião foi abatido a tiros sobre Kigali em 1994.

Estudiosos concluíram que os assassinos - a maioria civis armados com machetes, incitados por propaganda do ódio - fizeram seu trabalho cinco vezes mais rapidamente que as câmaras de gás dos nazistas na Segunda Guerra.
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