O secretário da Defesa dos Estados, Donald Rumsfeld, declarou no programa Meet the Press Sunday, da rede de televisão norte-americana NBC, que voluntários estão se oferecendo para restabelecer a ordem no Iraque e que extremistas não participarão do novo governo do país.
Ao ser perguntado sobre o que será feito com Amir al Saadi, o assessor científico de Saddam Hussein, que se rendeu no último sábado (12), Rumsfeld respondeu: “Em alguns casos eu suspeito que será o povo iraquiano que decidirá o que fazer com pessoas que se envolveram em crimes de guerra. Em outros casos, poderão ser outras instituições”.
Mas Rumsfeld não descartou nenhuma possibilidade, nem a de os Estados Unidos assumirem a responsabilidade de lidar com supostos criminosos de guerra.
Com relação às armas de destruição em massa, o secretário afirmou: “Nós sabemos que os iraquianos aprenderam a conviver com as inspeções. Eles esconderam coisas. Fizeram isso bem. Colocaram coisas no subsolo. Nós só as encontraremos quando alguém revelar onde estão”.
Rumsfeld observou que tais armas podem ter sido mandadas para países vizinhos.
Ele disse não saber o que aconteceu com Saddam Hussein.
“Aquele regime já faz parte do passado. Ou Saddam está morto ou será capturado. Ele não tem muitos amigos no mundo árabe ou em outras regiões. Nós o encontraremos”, prometeu.
Em Tikrit, a cidade natal de Saddam, as tropas estão encontrando pouca resistência, de acordo com Rumsfeld.
“Aparentemente muita gente fugiu. E há pessoas que não têm simpatia pelo regime do Partido Baath que estão lá nos ajudando”, informou, acrescentando que o poderio aéreo norte-americano estava conseguindo dissipar a resistência da Guarda Republicana em todo o país.
Segundo Rumsfeld, as forças da coalizão evitaram a chegada ao Iraque de vários ônibus, procedentes da Síria, com voluntários para lutar ao lado dos combatentes iraquianos.
O secretário declarou ter certeza de que autoridades do regime de Saddam fugiram para a Síria.
“A Síria está na lista de países que apóiam o terrorismo há anos”, ressaltou. “Eles querem acreditar que a única forma de sustentar sua ditadura é oprimindo a população e negando-lhe os frutos da interação econômica com o mundo, eu acho isso uma vergonha”.
Rumsfeld salientou que há ainda muito por fazer no Iraque, mais combates e a assistência à transição da anarquia para a ordem.
“Não serão os Estados Unidos que definirão o futuro dos iraquianos, eles moldarão seu próprio futuro. E eles têm a oportunidade de ser libertados, ficar livres e elaborar uma solução iraquiana para suas vidas”, afirmou.
A tarefa, segundo o secretário, é criar um ambiente no qual o povo iraquiano possa constituir uma autoridade interina que ajudará a redigir uma constituição para, em alguns meses, o povo iraquiano selecionar seu governo.
Mas com a guerra ainda em andamento, é “prematuro” falar em cronogramas e prazos.
Rumsfeld disse que os princípios básicos estabelecidos pelo presidente George W. Bush determinam que o regime de Saddam tem que ser deposto, o governo tem que ser selecionado pelo povo iraquiano, o Iraque não pode possuir armas de destruição em massa, e que as pessoas têm que ser livres.
O secretário afirmou que as pessoas que participarão da formação do novo governo serão aquelas que acreditam em tais princípios, e não extremistas.
“Acho que a solução para o problema é a liberdade de conversar e a liberdade de falar e a liberdade de discutir e a liberdade de cometer erros”, completou.