A Acadêmicos do Salgueiro, uma das favoritas ao título, pode ter o sonho de ser campeã no ano do seu cinqüentenário atrapalhado pelo relógio. A última alegoria do Salgueiro, o “Ita do Norte”, uma homenagem ao campeonato vitorioso de 93, chegou na dispersão quatro minutos após o tempo máximo permitido de desfile. A penalidade irá tirar do Salgueiro 0,8 ponto na apuração. Parece pouco, mas isso pode definir um título.
A missão de conquistar o nono campeonato carioca pode ter sido prejudicada também por um defeito no carro abre-alas da escola. A alegoria teve um problema na frente da cabine da comissão julgadora e chegou a ficar parado por algum tempo, provocando um grande buraco até a comissão de frente.
Quem assistiu a vermelho-e-branco afirma: foi um desfile memorável. O Salgueiro começou e terminou o desfile com aplausos da arquibancada e gritos de ‘É campeã’. Este ano a escola trouxe o enredo “Minha Paixão, Minha Raiz – 50 Anos de Glória”. Um fato curioso marca a história do Salgueiro, a escola é a única que sempre ficou entre as oitos melhores do Carnaval.
Favoritas
Se a escola vermelho-e-branco perde pontos na disputada corrida para o título, Viradouro e a Portela saem como as grandes credenciadas desta primeira noite de desfiles. A escola de Niterói levantou o público e as “paradinhas” da bateria de mestre Ciça foram um show à parte.
Em uma das coreografias, os integrantes da bateria e Luma de Oliveira reverenciaram a atriz Bibi Ferreira, a homenageada da noite. A madrinha de bateria fez um desfile impecável e silenciou a ala dos diretores da escola que criticaram seu comportamento na agremiação e diziam que ela não sabia cantar o samba enredo.
A outra escola que se destacou foi a Grande Rio, que trouxe a Companhia Vale do Rio Doce para a passarela do samba. A escola fez um bom desfile, bastante técnico e com a cara do carnavalesco Joãosinho Trinta. Uma das novidades da escola foi o carro alegórico com uma teia de aranha com uma mulher presa por um cabo de aço.
A apresentadora Luciana Gimenez veio à frente da bateria de Caxias, mas não mostrou samba no pé. Este é o último ano de Gimenez no posto. Em 2004, ela será substituída pela atriz Deborah Secco, que hoje veio à frente da ala dos artistas com bastante desenvoltura e conquistou o público na avenida.
Sem comprometer
A primeira escola a desfilar pelo Grupo Especial, a Santa Cruz, não está entre as favoritas ao título, mas parece ter afastado o fantasma do rebaixamento – que há anos assombra as agremiações que abrem o Carnaval carioca. A Santa Cruz apresentou o enredo “Do Universo Teatral à Ribalta do Carnaval”.
Com arquibancadas lotadas desde o setor 1 e o público bastante empolgado, o desfile da Santa Cruz teve como destaque a passagem do carro alegórico com a presença de Dercy Gonçalves. Vestindo uma fantasia mais comportada do que de costume, sem os seios à mostra, a atriz de 96 anos desfilou fazendo coreografias com as pernas.
Boa surpresa
A Império Serrano, que foi rebaixada três vezes na década de 90, trouxe o enredo “E Onde Houver Trevas que se Faça a Luz” e fez um desfile correto, com harmonia perfeita, onde predominaram os efeitos de luz e cor e a coreografia apresentada pelos integrantes da bateria.
À frente da Serrinha, um único patinador vestido de branco destacava-se do restante da comissão de frente, cujas fantasias tinham as cores do arco-íris – um recurso estético recorrente no Carnaval 2003.
A atriz e tricolor Susana Werner, que desfilou de vermelho e preto em homenagem ao marido Júlio César, goleiro do Flamengo, teve problemas com sua fantasia. No meio do desfile, uma parte do traje caiu e ficou presa no cabelo da atriz. Susana foi cercada por fotógrafos que tentavam registrar o momento.
Zumbi e Tim Lopes
A penúltima escola a entrar na Marquês de Sapucaí, no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, foi a Caprichosos de Pilares. Com o enredo “Zumbi, Rei de Palma