Satélite irá testar previsões de Einstein

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Publicado Domingo, 04 de Abril de 2004 às 08:31, por: CdB

Autoridades da NASA e da Universidade de Stanford disseram que um satélite desenhado para testar duas previsões fundamentais sobre o universo, feitas por Albert Einstein, está pronto para ser lançado, 45 anos depois de primeiro ter sido proposto.

Desde 1959, a Sonda de Gravidade B (Gravity Probe B) superou uma meia dúzia de tentativas de cancelamento, incontáveis barreiras técnicas e vários lançamentos adiados. A aeronave, desenvolvida pela Universidade e financiada pela NASA agora está programada para começar sua missão em seguida a um lançamento da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia.

O satélite não-tripulado, e que se manterá na órbita da Terra, é desenhado para testar duas previsões de Einstein sobre a natureza do espaço e do tempo, e da maneira como a Terra e outros corpos dobram e torcem a fábrica que combina ambos.

No coração da espaçonave estão quatro bolas de quartzo do tamanho de bolas de pingue-pongue, as mais perfeitas esferas jamais feitas. Anne Kinney, diretora da divisão de astronomia e física da NASA, explicou nesta sexta-feira que para garantir a precisão, as bolas devem ser mantidas resfriadas perto do zero absoluto, no vácuo das maiores garrafas térmicas a jamais voarem no espaço, e isolados de distúrbios no ambiente mais quieto jamais produzido. Uma vez no espaço e tendo começado a girar, a orientação das bolas deve mudar - a não ser que Einstein estivesse errado.

Ele propôs em 1916 que o espaço e o tempo formam uma estrutura que pode ser curvada pela presença de um corpo, como a Terra, dobrando-a como uma cova criada pelo peso de uma bola de boliche deixada sobre um colchão fofo. Esta distorção responderia pela gravidade. Dois anos mais tarde, outros sugeriram que a rotação de tal massa deveria arrastar o espaço-tempo com ela, torcendo a estrutura da fábrica.

O efeito de dobra já foi medido anteriormente. O efeito de torção jamais foi detectado diretamente. O satélite busca detectar ambos. Se a teoria se mantiver, a massa e rotação da terra, 640 quilômetros abaixo da sonda, deve forçar o alinhamento das bolas giratórias fora de balanço em maneiras sutis, mas mensuráveis.

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