Segundo presidente italiano, tropas permanecem no Iraque

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Publicado Sábado, 10 de Abril de 2004 às 19:04, por: CdB

O presidente do Governo italiano, Silvio Berlusconi, assegurou neste sábado depois de visitar o contingente italiano em Nassíria, que os militares italianos permanecerão no Iraque e cumprirão o compromisso adquirido com relação à pacificação desse país.

- Meu país permanecerá no Iraque e honraremos nosso compromisso e nossa posição - assegurou Berlusconi em uma entrevista coletiva concedida no aeroporto de Kuwait City, onde fez escala em seu regresso à Itália, depois de passar cinco horas com as tropas italianas que estão no Iraque.

Berlusconi mostrou-se favorável à idéia de que a coalizão internacional liderada pelos EUA transfira os poderes aos iraquianos na data prevista, no dia 30 de junho, apesar da difícil situação que o Iraque atravessa.

- A atual situação do Iraque é muito difícil e é muito difícil instaurar a democracia e chegar à estabilidade do país, mas acho que a coalizão deveria transferir o poder aos iraquianos na data estabelecida, em junho - afirmou o chefe do Governo de Roma.

Berlusconi mostrou-se convencido de que a 'catastrófica' situação continuará e que, por isso, é a favor de que as tropas da coalizão continuem na região por um período determinado para alcançar a estabilidade. Por esta razão, manterá os italianos no Iraque. A Itália tem neste país a missão Antíqua Babilonia, composta por 2,7 mil soldados que integram a força multinacional sob comando britânico da zona meridional do país árabe.

O contingente italiano sofreu no dia 12 de novembro um atentado que matou 17 militares e dois civis. Berlusconi expressou aos soldados a solidariedade de todos os italianos e lhes disse que 'Itália quer vê-los assim'.

O primeiro-ministro, que viajou acompanhado do chefe do Estado maior da Defesa, o almirante Giampaolo Di Paola, reuniu-se com os chefes do contingente italiano, que lhe explicaram as atividades que desenvolvem na província meridional de Dho Qar, que lhe foi atribuída pelo comando aliado das tropas de ocupação.

Segundo Berlusconi, os soldados italianos estão no Iraque não só 'para propiciar o desenvolvimento econômico e sócio-político', mas para demonstrar que 'a Itália é uma nação capaz de levar ao mundo os princípios de direito e civilização'.

A visita relâmpago foi avaliada por todos os partidos da coalizão no poder, que destacaram que Berlusconi se comportou como um estadista, como um gesto de grande solidariedade. A esquerda, na oposição, que pede o regresso das tropas, disse que ele teria que ter ido antes, mas que é 'melhor tarde do que nunca'.

A visita acontece vários dias depois de alguns militares italianos ficarem feridos em enfrentamentos com insurgentes iraquianos. Também acontece em meio ao mistério sobre os quatro italianos presumivelmente seqüestrados em Bagdá, embora o Ministério Assuntos Exteriores tenha negado que italianos presentes no Iraque tenham sido dados como desaparecidos.

Não se descarta a possibilidade de que os eventuais seqüestrados possam ser italianos e que façam parte dos serviços de segurança privados de empresas que operem no Iraque. A este respeito, o deputado verde Paolo Cento pediu ao Governo 'que diga a verdade sobre os italianos seqüestrados'.

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