Senadores tomam posse e elegem Sarney para presidir a Casa

Arquivado em:
Publicado Sábado, 01 de Fevereiro de 2003 às 16:18, por: CdB

A posse de novos 54 senadores, entre eles oito mulheres, deu início, neste sábado, à 52ª legislatura que, na prática, começará dia 17 e se encerrará em 31 de janeiro de 2007. Após a cerimônia, os senadores elegeram o ex-presidente José Sarney, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) para presidir a Casa, nos próximos dois anos. Sarney teve 76 votos a favor, dois contra e uma abstenção. A senadora Heloísa Helena, do Partido dos Trabalhadores, não compareceu para a votação. O presidente da primeira sessão do Senado foi Antero Paes de Barros, o mais antigo entre os senadores, que ainda têm quatro anos de mandato. Dos 81 senadores, 78 estiveram presentes à sessão. O mandato de senador é de oito anos. A cada quatro, se inicia uma legislatura. Fotos com a família, roupas coloridas, cabelos bem penteados, perfumes abraços, reencontros, apresentações e algumas pessoas "perdidas" pelos corredores do Congresso, marcaram a festa de posse. "Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador que o povo me conferiu e sustentar a União, a integridade e a independência do Brasil" - este foi o compromisso assumido pelos empossados. Cada senador individualmente, por ordem alfabética, assumiu o compromisso dizendo, em pé, "eu prometo". O primeiro a fazer a declaração de compromisso foi Antonio Carlos Magalhães que, em maio de 2002, renunciou ao mandato depois de ser denunciado no escândalo da quebra do sigilo do painel eletrônico. Por ser a maior bancada no Senado (20 parlamentares), o PMDB teve direito de assumir a presidência da Casa. Sarney disputou o cargo com o seu colega Renan Calheiros, que assumiu a liderança do partido. Depois de eleito, o primeiro abraço foi da filha Roseana, eleita senadora, pelo PFL (Partido da Frente Liberal) do Maranhão, estado do qual foi governadora até licenciar-se do cargo para disputar uma cadeira no Senado. Em discurso, Sarney lembrou que já ocupou "a Presidência da República e os principais cargos políticos no país". Para Sarney, a principal atividade no Congresso é "ouvir e falar." O senador destacou que sempre lutou pela democracia no país e citou os avanços do mundo e da globalização, da comunicação em rede, pela Internet e a globalização. Segundo o senador, foram criadas "coisas com as quais nunca sonhamos". O presidente do Senado elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do qual é aliado. "A biografia de Luiz Inácio Lula da Silva é uma referência para o Brasil e para o mundo da ascensão social", disse, afirmando "ser possível vislumbrar um pacto social". Sarney defendeu a "conscientização das elites para o social" e chamou a atenção para os desafios no sentido de combater o desemprego e a violência que, somados, "tornam a Nação insegura e o povo infeliz". O ex-presidente da República lembrou a tarefa urgente do combate à fome, destacando que o Brasil precisava de idéias que a unissem e não a dividissem. "Essa campanha contra a escravidão da fome é uma forma também de mobilizar as consciências e vontades", lembrou. O presidente do Senado defendeu a urgência na tramitação das reformas da Previdência, para "evitar a quebra do Estado, e a tributária, para modernizar a arrecadação, combater a sonegação e a evasão fiscal". "Basta ter vontade política para realizá-las", sustentou. Sarney anunciou que pretende agilizar a reforma política, acabar com o voto proporcional, que só existe no Brasil. "Em nenhum lugar do mundo existe esse modelo. É uma reminiscência dos fins do século 19", recordou.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo