Sérgio Cabral e tucano Aloysio Nunes são apontados como corruptos

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Publicado Quarta, 19 de Outubro de 2016 às 13:02, por: CdB

Os pagamentos em dinheiro sujo seriam referentes a obras nos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Cavendish foi preso junto com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Eles agiam em estatais federais, como a Petrobras e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT)

 
Por Redação - do Rio de Janeiro
  O engenheiro Fernando Cavendish, preso na Operação Saqueador da Polícia Federal, confessou ter pagado propina ao ex-governador do Estado do Rio Sérgio Cabral e ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo no Congresso. Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, negocia um acordo de delação premiada. Ele propõe detalhar pagamentos de propinas a outros políticos do PMDB e do PSDB.
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A Odebrecht também revelou a procuradores da Operação Lava Jato que  Cabral (PMDB) cobrou propina em obras
Os pagamentos em dinheiro sujo seriam referentes a obras nos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Cavendish foi preso junto com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Eles agiam em estatais federais, como a Petrobras e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). A proposta de delação premiada, em forma de anexos, foi entregue aos procuradores do Ministério Público Federal do Rio. A Procuradoria Geral da República também recebeu a confissão. No documento, Cavendish cita pagamentos indevidos que seriam destinados ao senador tucano Aloysio Nunes Ferreiras (SP), segundo fontes com aceso às negociações ouvidas por jornalistas do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo.

Rio Turvo

A empreiteira integrou o consórcio responsável por um dos lotes da obra de ampliação da Marginal Tietê alvo de denúncia no Ministério Público de São Paulo. A investigação apura o pagamento de um aditivo de R$ 71 milhões à Delta que teria sido repassado a empresas de fachada em nome do operador Adir Assad, alvo da Operação Lava Jato. No anexo sobre o Rio, segundo apontam fontes ouvidas pelo Estado, Cavendish detalha sua relação com o ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB) e desvios praticados para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizado com dispensa de licitação, e da transposição do Rio Turvo. Cavendish também apontou supostos desvios em contratos no governo do tucano Marconi Perillo. A Justiça determinou a prisão de Cavendish em 30 de junho. Em agosto, o empresário passou para o regime de prisão domiciliar. Juntamente comm outros empresários, ele foi denunciado na Operação Saqueador, relacionado a um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 370 milhões.

Esquema goiano

Além das irregularidades em São Paulo e no Rio, o acordo de delação citaria desvios de ao menos R$ 276 milhões em Goiás, tanto em contratos com o governo de Marconi Perillo (PSDB) quanto em acordos com municípios. Cavendish também apresenta, na proposta de colaboração, detalhes sobre pagamentos indevidos relacionados a contratos firmados com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para obras em ao menos quatro rodovias federais.

‘Sem comentários'

Ao jornal, o senador Aloysio Nunes Ferreira negou ter relações com Cavendish. Sérgio Cabral, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que não vai fazer comentários, assim como o advogado Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende Cavendish. Perillo negou as acusações. A Procuradoria-Geral da República informou que não comenta negociações para delação.
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