Serviço de diagnóstico amplia oferta de biópsias pelo SUS

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Publicado Terça, 28 de Novembro de 2017 às 09:18, por: CdB

Casos suspeitos identificados na rede de atenção básica serão encaminhados ao centro. A confirmação ou descarte da doença ocorrerá a biópsia

Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro/Brasília:

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, os pacientes Fluminenses ganharam um novo centro de diagnóstico do câncer de próstata. A unidade foi inaugurada no Rio de Janeiro e compõe a rede do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ao todo, 3,6 mil biópsias serão realizadas por ano.

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Unidade ligada à rede do Instituto Nacional do Câncer (Inca) no Rio de Janeiro vai promover exames para diagnóstico precoce do câncer de próstata

Casos suspeitos identificados na rede de atenção básica serão encaminhados ao centro. A confirmação ou descarte da doença ocorrerá a biópsia. A ideia é acelerar a detecção do tumor e iniciar o tratamento o quanto antes para elevar as chances de cura.

Outro aspecto positivo é que o procedimento será feito com o uso de sedativos para que os pacientes não sintam qualquer dor. Esse procedimento que antecipa diagnósticos barateia os tratamentos em até sete vezes.

Diagnóstico

O câncer de próstata é o segundo tipo mais recorrente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. Eles devem ficar alertas quando notarem dificuldades para urinar, sangue na urina, redução do jato e maior frequência ao banheiro.

Ao identificar esses sintomas, a recomendação é procurar um médico para realizar exames, como o de sangue e biópsia. Ao longo do ano passado, 61,2 mil pessoas desenvolveram o tumor. Cerca de 90% dos casos evolui a partir dos 55 anos.

Por isso, nos últimos seis anos, os recursos voltados para tratamentos de oncologia subiram 47% e chegaram a R$ 3,33 bilhões no ano passado. Hoje, os pacientes contam com 308 serviços de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Câncer infantil

Quando Manuella se queixou de um caroço na perna, a mãe, Sandra Batista, não poderia imaginar o que viria a seguir. Como o nódulo começou a provocar dores e aumentou de tamanho, Sandra decidiu levar a filha de cinco anos ao pediatra.

– Ficamos assustados por não saber o que era. Os exames de sangue não detectavam nada. Por isso, fomos para um infectologista para investigar – afirmou Sandra.

Para a mãe, os sintomas de febre, otite, dor de garganta e virose não passavam de uma gripe. "São sintomas muito parecidos com doenças comuns em crianças. Dificilmente as mães ou médicos conseguiam detectar", ponderou Sandra.

No entanto, foi só depois de uma bateria de exames de sangue, imagem e uma biópsia que foi confirmado o diagnóstico. O telefone tocou no meio da noite, mas as notícias não eram boas. Do outro lado da linha, a médica alertava que era preciso agir rápido para tratar a leucemia.

– Eu desmontei. Isso foi um soco no estômago para mim. Entrei em choque, desliguei o telefone, não acreditava naquilo – disse.

A família foi encaminhada para o tratamento na rede pública de saúde. Nesse momento, começou a batalha de Manuella para fortalecer seu sistema imunológico. Ao longo dos 33 dias seguintes, ela ficou internada no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB/DF) para evitar infecções.

Já mais forte, ela pôde deixar a unidade e continuar o tratamento no Hospital da Criança. Ao chegar ao local; a menina se deparou com várias outras crianças. Ela não entendia por quê todas elas não tinham cabelos, e sentia diferente das demais.

Contudo, logo ela entenderia o motivo. Para combater a doença, Manuella precisou passar por transfusões sanguíneas e sessões de quimioterapia. Quando o cabelo dela também se enfraqueceu; foi a própria mãe que os raspou. A família se uniu para levantar a autoestima de menina.

– Vamos colocar brincos, passar batom – incentivava a irmã da menina. "Mamãe, eu sou linda", respondia Manuella. "Foi muito sofrido para mim, mas a Manuella é uma garota muito forte lembra Sandra. Foi a própria menina que pediu para que cortassem o cabelo dela.

Hospital da Criança

No Hospital da Criança, o acompanhamento multidisciplinar era oferecido não só para a menina. Mas também para a família. "Tive acompanhamento psiquiátrico e nutricionista para me ajudar na alimentação dela", conta Sandra.

Isso porque a dieta tinha que ser regrada: os medicamentos corticoides aumentam o apetite de Manuella. Mas frituras e gorduras em excesso estavam proibidas, conforme orientaram os profissionais. 

Apesar de todos os cuidados, por vezes, a pequena paciente tinha picos de febre e precisa correr com a mãe para emergências de hospitais. Como o prontuário dela já estava cadastrado no Sistema Único de Saúde (SUS); o atendimento era mais ágil e preciso. As informações são integradas no banco nacional. 

Recuperação

Depois do tratamento que durou dois anos e meio, a menina foi surpreendida pela notícia da remissão da doença. Sem entender muito bem o que o termo significava, perguntou aos médicos: "Os meus soldadinhos venceram?", perguntou esperançosa, se referindo às células sanguíneas. A resposta foi afirmativa.

Para Sandra, a agilidade na identificação da doença contribuiu para a recuperação da filha. "O êxito do tratamento, que não precisou de transplante, foi ter tido diagnóstico precoce. Quando isso acontece, o jeito é arregaçar as mangas e lutar"; argumenta a mãe da menina.

Hoje, Manuella faz acompanhamento para evitar que o câncer retorne. "Ela irradia vida 24 horas; é nela que procuro viver", finalizou Sandra.

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