Serviços secretos dos EUA e Alemanha usaram empresa de criptografia para espionar governos

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Publicado Sábado, 15 de Fevereiro de 2020 às 12:47, por: CdB

Governos de mais de 120 países, entre eles Argentina, Índia, Paquistão e Irã, se tornaram clientes da empresa Crypto AG encomendando equipamentos para manter em segredo suas comunicações.

 
Por Redação, com Ansa - de Washington
  A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos e o serviço secreto alemão conseguiram ler mensagens criptografadas de países aliados e inimigos. Reportagem publicada no diário norte-americano Washington Post (WP), neste sábado, revela que as inteligências dos dois países utilizaram uma empresa sueca que vendia sistemas de criptografia fraudulentos para outras nações, permitindo a espionagem.
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Agentes da CIA usaram os serviços de uma empresa nórdica, contratada para criptografar dados de países aliados e inimigos
A reportagem do WP foi realizada em parceria com a TV alemã ZTE e a rede de TV suíça SRF. O texto informa que governos de mais de 120 países, entre eles Argentina, Índia, Paquistão e Irã, se tornaram clientes da empresa Crypto AG encomendando equipamentos para manter em segredo suas comunicações. As agências dos EUA e da Alemanha, por sua vez, teriam manipulado os dispositivos da companhia para conseguirem quebrar os códigos que os outros países utilizavam, explica o jornal.

Comunicações

Por meio deste sistema, os EUA chegaram a espionar o Irã durante a crise dos reféns de 1979. "Foi o golpe de inteligência do século", afirmou um relatório da CIA sobre a operação. "Os governos estrangeiros estavam pagando um bom dinheiro aos EUA e à Alemanha pelo privilégio de ter suas comunicações mais secretas lidas por pelo menos dois (e possivelmente até cinco ou seis) países estrangeiros". Na década de 1990, no entanto, a inteligência alemã abandonou o programa em decorrência do risco de exposição. Já a CIA comprou a participação da Alemanha e ainda usou a empresa para atividades de espionagem até 2018, enquanto que a Crypto AG vendeu a marca para um nova companhia sueca.
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