Setor de câmbio mostra desconfiança com real valorizado

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Publicado Terça, 24 de Maio de 2022 às 11:40, por: CdB

Gestores dos principais fundos de investimento, dentro e fora do país, vêm investindo em ativos brasileiros atraídos por uma taxa de juros de 13,25% e um mercado muito líquido, mas o preço das opções sugere que eles não estão confiantes o suficiente para manter seus investimentos, sem uma porta de saída e a possibilidade de saque imediato dos valores investidos.

Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
O custo de proteção contra uma desvalorização do real por meio de opções continua sendo um dos mais altos do mundo, mesmo com a moeda se recuperando de uma forte liquidação em abril. As volatilidades implícitas de um e três meses saltaram em maio e têm oscilado em torno de uma máxima de 16 meses na última semana, apesar da valorização de cerca de 5% do real nesse período.
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A maior parte da dívida mundial de países e instituições é tomada em dólar dos EUA
A forte demanda por hedge sugere que os traders estão com medo de uma reversão repentina nos fluxos de dólares que alimentaram os ganhos recentes. Gestores vêm investindo em ativos brasileiros atraídos por uma taxa de juros de 13,25% e um mercado muito líquido, mas o preço das opções sugere que eles não estão confiantes o suficiente para manter seus investimentos sem uma porta de saída.

Saque rápido

É um cenário diferente do observado nos primeiros meses do ano, quando a queda vertiginosa do dólar no mercado de câmbio brasileiro foi acompanhada por custos de hedge mais baratos e estáveis. Naquele momento, os investidores pareciam mais confiantes nas perspectivas de longo prazo para os ativos locais, apostando que o aumento dos preços das commodities impulsionaria os termos de comércio do país, enquanto o aumento das taxas de juros tornaria o principal mais atraente. Desde então, os investidores ficaram mais céticos, pois os preços de matérias-primas se estabilizaram, o Banco Central aproxima-se do fim de seu ciclo de aperto monetário e o Federal Reserve aumenta juros de forma mais agressiva. Os estrangeiros retiraram quase um terço dos US$ 14 bilhões que adicionaram às ações brasileiras no primeiro trimestre, segundo dados da B3.
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