Severino pede investigações sobre denúncia de propina

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Publicado segunda-feira, 5 de setembro de 2005 as 11:13, por: CdB

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, solicitou investigações à Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União e à Diretoria-Geral da Câmara sobre as denúncias do empresário Sebastião Augusto Buani, proprietário da empresa Buani & Paulucci, administradora do restaurante localizado no 10º andar do Anexo 4 da Câmara.

Na Câmara, Severino determinou à Diretoria-Geral a criação de uma comissão de sindicância para apurar as denúncias. Ao Tribunal de Contas da União, ele pediu auditoria em todos os contratos da Câmara que envolvam a empresa. Em nota divulgada na última sexta-feira, o presidente da Câmara já havia informado que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, determinara à Polícia Federal que investigasse suposta tentativa de extorsão por parte do empresário Sebastião Augusto Buani.

Nas duas notas oficiais divulgadas por Severino Cavalcanti em resposta às denúncias publicadas em revistas semanais, segundo as quais ele teria recebido propina da empresa Buani & Paulucci Ltda., ele refuta as acusações. Em uma das notas, a Presidência da Câmara informa que, nos últimos dias, Buani passou a fazer pressão sobre a direção da Casa para que a dívida não fosse executada e o contrato fosse renovado. De acordo com a nota, como não conseguiu obter êxito nas instâncias administrativas, o empresário procurou revistas semanais para tentar relacionar Severino Cavalcanti a favorecimentos em troca de pagamentos em dinheiro.

Buani afirmou ter em seu poder um documento, assinado por Severino e que lhe asseguraria cinco anos de contrato com a Casa. O documento não consta de qualquer processo da Câmara dos Deputados e, portanto, não tem validade jurídica.

No entanto,  parlamentares contrários à permanência de Severino defendem seu afastamento imediato até o fim do julgamento dos processos contra deputados envolvidos nos escândalos dos Correios e do Mensalão. Segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que lidera com o PSDB e o PFL o coro dos descontentes, Severino não tem condições morais ou mesmo capacidade de presidir a Câmara. 

– Em qualquer país, Severino teria renunciado. Ele não tem condições de ser o condutor de um processo tão delicado que envolve a cassação de tantos deputados. Isto fere a imagem da Casa. Quanto ao documento, se o deputado Severino disser que assinou sem ler, então iremos pedir seu afastamento por incapacidade ou irresponsabilidade civil. Ele não tem como continuar no cargo – afirmou Gabeira, que, no plenário da Câmara, na semana passada, chamou Severino de indigno para o cargo, após o presidente da Câmara ter defendido pena branda para o crime de caixa 2.