O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, indicou nesta segunda-feira que pode adiar a retirada da Faixa de Gaza até agosto a fim de evitar um período de luto judaico que marca a destruição de templos bíblicos.
– Todos os esforços precisam ser considerados para facilitar para as pessoas passar por essa crise. Essa questão certamente vai ser levantada durante uma reunião do comitê ministerial amanhã (terça-feira) e uma decisão terá que ser tomada”, afirmou Sharon em declarações divulgadas pela Rádio Israel.
Yonatan Bassi, autoridade do governo responsável pela relocação dos 9.000 colonos da área, pediu neste domingo a Sharon o adiamento.
Ele deseja começar a remoção de colonos, algo que deve durar cerca de um mês, depois do dia de jejum em meados de agosto que encerra o período em que os judeus lembram a destruição de dois templos em Jerusalém.
– Durante esses dias, os judeus não devem se mudar de casa – disse o rabino Shlomo Aviner, citando uma tradição ortodoxa.
Sharon pode estar considerando que a violação de uma tradição judaica aumentaria a oposição ao plano. Muitos colonos são judeus religiosos contrários à entrega de territórios ocupados que consideram seus por direito bíblico.
Fontes de segurança disseram nesta segunda-feira que o plano deverá começar com a retirada de três assentamentos do norte da Faixa de Gaza. As fontes declararam que soldados e policiais teriam mais facilidade naquela região, já que os moradores são considerados menos ideológicos e religiosos, antes de irem para os locais mais difíceis. Pesquisas mostram que cerca de 70% dos israelenses apóiam o plano de Sharon.