Cerca de dois milhões de recém-nascidos morrem 24 horas depois de nascer, de acordo com um relatório publicado nesta terça-feira pela Organização Não-Governamental (ONG) Save the Children. O número representa a metade do total anual de mortes de recém-nascidos (até um mês de idade), que é de aproximadamente 4 milhões.
A maior parte dessas mortes acontece em países da África e do sul da Ásia. Com base nos resultados dos países em desenvolvimento, a ONG elaborou um ranking no qual o Brasil ocupa o 4º lugar, atrás apenas de Colômbia, Vietnã e México. No extremo oposto do ranking, com maior número de mortes, estão Iraque, Serra Leoa, Afeganistão e, por último, a Libéria.
A maior parte dessas mortes poderia ser evitada, de acordo com a ONG, por medidas simples, já que as causas são infecções, complicações de parto ou desnutrição. Entre as recomendações apresentadas pela Save the Children, que é patrocinada pela Fundação Gates, do magnata da Microsoft, Bill Gates, e sua mulher, estão uma melhora no bem-estar de meninas e mulheres para garantir partos menos complicados e bebês mais saudáveis.
A ONG também recomenda investimentos em soluções de baixo custo como vacinação contra tétano para gestantes, presença de profissionais qualificados no parto, tratamento imediato de infecções em recém-nascidos e melhores condições de higiene. De acordo com o relatório, apenas essas medidas, acrescidas de aleitamento materno e calor, poderiam evitar três em cada quatro mortes de recém-nascidos.
A ONG pede um melhor acompanhamento da saúde de bebês nos primeiros dias de vida, já que 75% das mortes ocorrem nesse período. A organização também compilou um ranking mundial sobre as condições de segurança para a maternidade em 125 países.
O Brasil ficou em 52º lugar na lista encabeçada pelos países escandinavos. Suécia ficou em primeiro, seguida por Dinamarca e Finlândia; seguidas pela Áustria, Alemanha e Noruega.
Fechando a lista dos dez países mais seguros para se ter um bebê estão a Austrália, a Holanda, o Canadá, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Nos últimos lugares estão os países africanos Níger, Burkina Faso, Mali e Chade. Para as mães, o ranking levou em conta seis indicadores: risco de mortalidade durante o parto, uso de métodos modernos de contracepção, partos assistidos por profissionais qualificados, incidência de anemia entre gestantes, índice de analfabetismo feminino e a participação das mulheres na política do país.