Sofrimento de cidadãos de Mossul está longe de terminar

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Publicado Quarta, 19 de Julho de 2017 às 10:52, por: CdB

A superação da crise é crucial para o futuro político do Iraque, que luta para construir a estabilidade, superar a rivalidade sectária e emergir do conflito

Por Redação, com Reuters - de Mossul:

A batalha por Mossul está praticamente encerrada após nove meses de uma guerra urbana devastadora entre forças do governo e militantes do Estado Islâmico, mas civis iraquianos sofrem uma crise humanitária de escala gigantesca.

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Sofrimento de cidadãos de Mossul está longe de terminar

Mais de um milhão de pessoas fugiram de suas casas em Mossul e nas cidades vizinhas desde que começaram os conflitos. A maioria delas está alojada em acampamentos rurais ou encontrou abrigo em outros lugares.

Aqueles que se arriscaram de volta a Mossul encontraram casas destruídas, escolas e hospitais destroçados, escassez de água e energia, ao lado da ameaça de tiros e armadilhas.

Bairros inteiros da segunda cidade do Iraque foram reduzidos a ruínas. Grande parte da destruição de casas e estabelecimentos comerciais foi por ataques aéreos e artilharia da coalizão liderada pelos EUA. Carros destruídos entulham as ruas.

– O fim da batalha por Mossul não é o fim da provação para os civis. A situação humanitária não só permanece grave, mas pode piorar – afirmou o Conselho Norueguês de Refugiados, uma das muitas organizações internacionais e governos que ajudam o esforço de alívio e reabilitação, em um comunicado.

A superação da crise é crucial para o futuro político do Iraque, que luta para construir a estabilidade, superar a rivalidade sectária e emergir do conflito desde a invasão dos EUA de 2003.

Campo de refugiados

No campo de refugiados de Al Salamiya, na planície de Nineva, cerca de 2.000 famílias vivem em barracas. Embora felizes por estar a salvo dos estragos do Estado Islâmico, que submeteu Mossul a uma lei severa por quase três anos, eles estão frustrados e preocupados com o futuro.

Muhamad Jasim, de 44 anos, era um trabalhador, mas fugiu com sua esposa e filhos do distrito de al-Kasik há seis semanas nas últimas fases da batalha para recuperar a cidade do Estado Islâmico.

– Sob Daesh (Estado Islâmico) foi muito ruim, sem trabalho, sofrimento, e eles estavam muito irritados. Nós deixamos para trás muito, carro, casa – disse. "Eu tive medo por meus filhos. Eu tive que sair."

Sentado de pernas cruzadas diante de sua barraca, ele reclamou com vigor.

– Nós não temos dinheiro para comprar coisas. Não há nada para nós senão sentar aqui. Não temos comida suficiente, temos que gastar o dinheiro que possuímos em vegetais, gelo. A porção mensal de alimentos não é suficiente. Quando ele acha que poderá voltar para casa? "Eu não faço ideia".

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