SP: fachada do Pateo do Collegio começa a ser recuperada com ajuda de voluntários

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Publicado Segunda, 16 de Abril de 2018 às 12:15, por: CdB

Segundo a Companhia de Jesus, responsável pelo prédio, pelos menos 100 voluntários participam do mutirão de pintura que deve durar uma semana

Por Redação, com ABr - de São Paulo:

Os trabalhos de recuperação da fachada do Pateo do Collegio, em São Paulo, pichada na madrugada do dia 10 de abril, foram iniciados nesta segunda-feira. Segundo a Companhia de Jesus, responsável pelo prédio, pelos menos 100 voluntários participam do mutirão de pintura que deve durar uma semana.

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Voluntários e funcionários da prefeitura se mobilizam para limpar o Pateo do Collegio, depois que a fachada foi pichada na semana passada

Como se trata de uma reprodução da escola jesuíta original, refeita na década de 1970; não serão necessários cuidados especiais de restauração. Serão encarados como patrimônio apenas os elementos arquitetônicos, como os frontões; o beiral de pedra, os azulejos e a parte de madeira das janelas.

Voluntários

O advogado Gustavo Luiz Costa, 29 anos, é um dos voluntários. “Quando eu vi a pichação; uma hora depois eu liguei aqui para o Pateo oferecendo ajuda; mas não só em meu nome, porque aqui no centro tem os jogadores de Pokémon Go; em média 200 jogadores, e o grupo todo se prontificou a ajudar”; disse ele, que teve a liberação do chefe no escritório de advocacia para participar nesta manhã.

O rapaz relatou que não tem experiência em pinturas; mas que recebeu as orientações das arquitetas responsáveis. “A gente precisa fazer acontecer. Só se lamentar não ajuda em nada”.

O padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo do Collegio; conta que foram muitas as manifestações de solidariedade e, por isso, decidiram fazer a obra por meio de um mutirão.

– Todo o trabalho é voluntário, absolutamente gratuito e todo o material; que nós precisaremos, cujo levantamento está sendo feito; tem sido adquirido através da doação, seja da doação do material; seja através de doação financeira – explicou. Ele informou que ainda está sendo calculado o custo da obra.

A iniciativa contou com a colaboração de empresários. Uma empresa de pintura divulgou a doação por meio de um banner colocado na fachada; indicando o custo zero e divulgando telefone de contato.

A consultoria da arquiteta Ana Pecoraro, especializada em patrimônio histórico; também foi oferecida gratuitamente. Ela é responsável pela restauração da única peça original do conjunto arquitetônico; uma parede de taipa do século 16, que fica exposta no interior do prédio.

Investigação

Na sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que foram interrogados dois dos três investigados pelo crime ambiental de pichação. Foi escrito em letras vermelhas “olhai por nois” (sic). Durante o interrogatório, os investigados alegaram motivação ideológica para as pichações no Pateo do Collegio. Eles também assumiram a autoria de pichações do Monumento às Bandeiras e da Estátua de Borba Gato.

Sobre as motivações ideológicas, o diretor do Pateo do Collegio, padre Carlos Alberto Contieri, considera que há desconhecimento histórico.

– Eu só posso dizer que está baseada numa ideologia barata e na ignorância histórica total. Talvez quem faz esse tipo de afirmação precisaria olhar e aprofundar a própria visão e o seu conhecimento histórico. Se eles soubessem que os jesuítas, por exemplo, no século 16, quando do início da colonização, foram os únicos que se levantaram para defender os índios e não permitir que os índios fossem escravizados pelos colonos – relembrou o padre. Ele criticou ainda que as pichações estavam sendo fotografas para venda na Internet, segundo mostraram as investigações.

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