Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile, em carta dirigida aos militantes do MST na tarde desta quarta-feira, reafirmou que a reforma agrária deve ser tratada pelo governo como um plano de desenvolvimento que esteja ligado, entre outras ações, à implantação de agroindústrias.
Segundo ele, a reforma agrária poderá criar, a curto prazo, mais de 3 milhões de empregos. "Com ela (reforma) é possível combater não só a pobreza, mas também o desemprego, que é o principal problema de nosso povo", disse. De acordo com o líder dos sem-terra, "todas as forças sociais reunidas na Coordenação de Movimentos Sociais estão exigindo mudanças na política econômica e adoção de um novo projeto."
Stélide acrescentou que houve manipulação de suas palavras durante a plenária de movimentos sociais do Mato Grosso do Sul. Na ocasião, o líder do MST afirmou que o chamado "abril vermelho" tinha o objetivo de "infernizar" o governo (ou "azucrinar", como amenizou depois).
"A manipulação foi evidente e logo toda a imprensa repercutiu como se fosse o fim do mundo", escreveu ele no documento.