STF homologa delação premiada de Delcídio do Amaral

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Publicado Terça, 15 de Março de 2016 às 09:23, por: CdB

Delcídio do Amaral contou, ainda, que se reuniu com o desembargador Marcelo Navarro, presidente do Superior Tribunal de Justiça “no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera”

Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki homologou, nesta terça-feira, a delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso no âmbito da Operação Lava Jato, sob a acusação de atrapalhar as investigações. Agora, a força-tarefa da Polícia Federal passará a analisar se as citações feitas pelo senador trazem indícios suficientes para que abram inquéritos contra os parlamentares.
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Delcídio do Amaral teve a delação premiada autorizada no STF
Delcídio, ex-líder do PT no Senado, citou a presidenta Dilma Rousseff no caso da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, o ex-presidente Lula, o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves e o vice-presidente, Michel Temer, entre outros senadores. A delação foi vazada à revista semanal IstoÉ, antes da confirmação no STF e um dia antes da deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, que realizou a condução coercitiva de Lula. No acordo de Delcídio consta o pagamento de uma multa de R$ 1,5 milhão, que será paga em 10 parcelas.

Delcídio entrega tudo

Delcídio do Amaral contou, ainda, que se reuniu com o desembargador Marcelo Navarro, presidente do Superior Tribunal de Justiça “no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera”, o que, segundo o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. Na reunião, segundo o delator, Navarro “ratificou seu compromisso, alegando inclusive que o dr. Falcão (presidente do STJ, Francisco Falcão) já o havia alertado sobre o assunto”.  A reportagem do Correio do Brasil procurou a Presidência do STJ para confirmar as declarações do senador mas não obteve resposta, até o fechamento dessa matéria. A repórter de IstoÉ afirma que “o acerto foi cumprido à risca. Em recente julgamento dos habeas corpus impetrados no STJ, Navarro, na condição de relator, votou pela soltura dos dois executivos. O problema, para o governo, é que o relator foi voto vencido. No placar: 4×1 pela manutenção da prisão”. Delcídio do Amaral, no anexo 17 da delação premiada, porém, foi incisivo: “Dilma tinha pleno conhecimento de todo o processo de aquisição da refinaria”. “A aquisição foi feita com conhecimento de todos. Sem exceção”, acusa o senador. Não seria a primeira vez que o líder do Governo, no Senado, desmentiria Dilma na delação. No anexo 03, “o senador garante que ela teve participação efetiva na nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da BR Distribuidora, contrariando o que ela havia afirmado anteriormente”, acrescenta a revista. Aos procuradores, Delcídio afirma que “tem conhecimento desta ingerência (de Dilma), tendo em vista que, no dia da aprovação pelo Conselho, estava na Bahia e recebeu ligações de Dilma”. “Ex-diretor internacional da Petrobras, Cerveró foi preso em janeiro de 2015, acusado de receber propina em contratos da estatal com empreiteiras. Até então, a indicação de Cerveró era atribuída a Lula e José Eduardo Dutra, ex-presidente da BR Distribuidora, falecido no ano passado. Mas segundo Delcídio, a atuação de Dilma foi ‘decisiva’. A presidente ligou para ele duas vezes”, diz o texto.
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