Superávit primário consegue pagar juros

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Publicado Segunda, 30 de Maio de 2005 às 17:08, por: CdB

No último mês, o esforço fiscal feito pelos governos federal, estaduais e municipais conseguiu superar o gasto com juros da dívida pública brasileira. De acordo com o Relatório sobre a Política Fiscal, divulgado hoje pelo Banco Central, o país gastou, em abril, R$ 13,3 bilhões com juros de sua dívida pública.

O volume foi menor que os R$ 16,335 bilhões economizados com o superávit primário - ajuste fiscal feito pelos governos para pagar os juros. É a primeira vez, desde abril de 2004, que o superávit primário consegue superar o gasto com juros.

O volume de pagamento de juros de abril foi menor que no mês anterior, quando foram pagos R$ 13,9 bilhões em juros. A maior cota, de R$ 8,9 bilhões refere-se a compromissos do governo federal, enquanto governos regionais arcaram com R$ 4,5 bilhões em juros e as empresas estatais, ao contrário, incorporaram receitas de R$ 72 milhões.

Altamir Lopes destacou a acentuada redução da dívida líquida do setor público, que diminuiu de R$ 965,949 bilhões em março para R$ 956,677 bilhões no mês passado. Houve, portanto, uma queda de 50,8% para 50,1% em relação ao PIB, como resultado do impacto de 5,1% da valorização do real sobre o dólar no mês, equivalente a R$ 7,4 bilhões do total da dívida; além do superávit nominal de R$ 3,1 bilhões.

O economista do BC explicou que a dívida líquida do setor público registrou queda correspondente a 1,5 ponto percentual do PIB, de janeiro a abril, em decorrência, basicamente, da valorização do PIB, hoje estimado em R$ 1,910 trilhão, contra R$ 1,854 trilhão em dezembro último.

O Departamento Econômico do BC também registrou redução da dívida bruta do governo geral, que inclui o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). A dívida total, de R$ 1,387 trilhão (73% do PIB) no mês anterior, caiu para R$ 1,374 trilhão (71,9% do PIB), em razão, principalmente, da apreciação (valorização) cambial e dos resgates líquidos da dívida mobiliária (em títulos), no valor de R$ 9,6 bilhões.

Apesar dos resgates de títulos públicos, a dívida mobiliária federal fora do Banco Central teve pequena elevação de R$ 200 milhões em relação a março, por causa do pagamento de R$ 9,8 bilhões de juros, e elevou o total da dívida para R$ 873,8 bilhões, o que corresponde a 45,8% do PIB.

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