Surto do vírus ebola ameaça segurança alimentar na África

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Publicado Terça, 02 de Setembro de 2014 às 06:54, por: CdB
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Morador do bairro de West Point, que foi isolado devido ao surto de Ebola na Libéria, recebe alimentos da ONU em Monróvia
A pior epidemia de ebola do mundo colocou colheitas em risco e fez os preços subirem no oeste da África, disse nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), alertando que o problema vai se intensificar nos próximos meses. A entidade emitiu um alerta especial para Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais afetados pelo surto, que matou cerca de 1.550 pessoas desde que o vírus foi detectado nas selvas remotas do sudeste de Guiné, em março. Restrições aos movimentos das pessoas e a implementação de zonas de quarentena para conter a difusão da febre hemorrágica levou a compras desesperadas, falta de alimentos e aumento de preços nos países menos preparados para absorver o choque. - Mesmo antes do surto do ebola, as famílias em algumas das áreas mais afetas estavam gastando até 80 %  de sua renda com alimentos - disse Vincent Martin, chefe da unidade da FAO em Dacar, que está coordenando a resposta da agência. - Agora, estes mais recentes aumentos de preço estão efetivamente colocando o preço dos alimentos fora de seus alcances - disse Martin em um comunicado, acrescentando que a crise alimentar pode prejudicar a contenção da doença, que é tipicamente espalhada pelos fluídos corporais dos doentes. A produção de arroz e milho cairão durante a estação de colheita que se aproxima, à medida que restrições de migração e movimentos causam falta de mão de obra nas fazendas, disse a FAO. O Programa de Alimentos das Nações Unidas e a FAO aprovaram um programa de emergência para entregar 65 mil toneladas de alimentos a 1,3 milhão de pessoas afetadas pelo ebola, em três meses. Pesquisadores japoneses Pesquisadores da universidade japonesa de Nagasaki desenvolveram um método simples e barato que pode detectar a presença do vírus ebola em meia hora. Desenvolvido por cientistas em conjunto com a empresa Eiken, o novo método ajudará a detectar, de forma mais rápida, o vírus, que pode levar à morte e que está afetando gravemente vários países da África Ocidental, onde já causou mais de 1.500 mortes. O novo exame, que utiliza uma substância desenvolvida para detectar, amplificando ou aumentando, apenas os genes específicos do vírus, pode pode ser feito em um tubo de ensaio aquecido até 60 ou 65 graus Celsius. Para a realização de todo o processo é necessária apenas uma pequena pilha, pelo qual o teste é adequado para as regiões afetadas pelo ebola, disse o responsável pelo Departamento de Doenças Infeciosas da Universidade de Nagasaki, Jiro Yasuda. O procedimento mais utilizado atualmente, o teste molecular RT-PCR, demora até 24 horas, requer uma equipe dedicada e o fornecimento estável de eletricidade, o que torna difícil aplicá-lo nas regiões com escassa infraestrutura energética. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a epidemia de ebola, que afeta a África Ocidental, é uma das emergências sanitárias mais complexas dos últimos anos, e que são necessários pelo menos US$ 490 milhões para tentar conter os contágios, que estão aumentando de forma significativa. No atual surto, o vírus ebola contagiou 3.069 pessoas, das quais 1.552 morreram, segundo o mais recente levantamento da OMS.  
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