Suspeito de matar ambulante é preso em São Paulo

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 28 de dezembro de 2016 as 10:29, por: CdB

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que Ricardo foi preso na cidade de Itupeva, na região de Campinas

Por Redação, com ABr – de São Paulo:

Ricardo Martins do Nascimento, de 21 anos, suspeito de matar o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, 54 anos, foi preso na noite anterior. O outro suspeito, Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26, continua foragido.

Suspeito de matar ambulante é preso no interior de São Paulo
Suspeito de matar ambulante é preso no interior de São Paulo

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que Ricardo foi preso na cidade de Itupeva, na região de Campinas. Uma recompensa de R$ 50 mil foi oferecida a quem fornecer informações que levem à prisão dos suspeitos, que são primos.

Ruas foi espancado e morto, segundo a polícia, às 22h25 de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, um deles uma travesti, que também foram agredidos pelos dois suspeitos.

O vendedor tentou correr até a bilheteria na Estação Pedro II do metrô. Mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital por agentes de segurança do Metrô, mas não resistiu aos ferimentos.

Ato público pede justiça

O ato em apoio ao ambulante, reuniu dezenas de pessoas na tarde de terça-feira, na entrada da estação. Para protestar contra a falta de segurança e a violência no transporte metropolitano da capital paulista.

Segurando faixas e velas, os participantes pediam justiça pela morte de Luiz Carlos Ruas.

Organizado em uma página do Facebook, o ato Justiça #mortenometro contou com a participação de ativistas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), da Pastoral do Povo de Rua e do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Organizador do ato. O vendedor Bruno Diego Alves disse que um dos objetivos do evento é alertar sobre a necessidade de aumentar a segurança nas estações.

– Que fique o alerta para o metrô coloque mais seguranças dentro das estações. Tem gente morrendo aqui. Isso é inadmissível – lamentou. Para ele o ato mostrou que as pessoas não toleram mais os crimes praticados nas estações. “O ato teve essa repercussão. Isso mostra que as pessoas ainda ficam indignadas, que a morte dentro do metrô não se torne algo comum. Aliás em nenhum local”, acrescentou.

O diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Marcos Freire, disse que os trabalhadores têm dificuldades em atender a todos os usuários pela falta de pessoal. “Temos um déficit de mais de 600 funcionários para atender vocês no transporte público. Então, estamos aqui para juntar nessa manifestação. Para que este tipo de crimes de ódio não aconteçam mais no espaço do metrô”, afirmou.

Representando a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo. O padre Júlio Lancelotti esteve no ato em solidariedade ao ambulante morto. “É clara a questão homofóbica nesse assassinato. A nossa pressão é muito importante”. Defende o padre.

Conhecido defensor dos moradores de rua, ele pediu aos presentes um minuto de silêncio para uma prece. “Cada um dentro da sua fé, da sua forma de pensar. Em respeito às pessoas atingidas, especialmente ao Luiz. A nossa oração é para que não desanimemos”, salientou.

Violência

Entre os participantes, a garçonete Elisete Oliveira acha que o crime não pode ficar impune. Para ela, “foi uma injustiça o que fizeram os agressores. Afinal, cadê os guardas que não estavam aqui? Nunca vi uma viatura aqui. Hoje, passei e já tinha uma”.

Colaboradora da Pastoral do Povo da Rua, Ana Maria da Silva Alexandre acredita que o ato serve para que crimes de ódio não se tornem comuns. “Este ato é importante para não deixar passar em branco, está ficando comum a violência”. Segundo ela, a violência contra transsexuais e homossexuais é muito grande no país, e tem que acabar. “A gente tem que ter paz, temos que respeitar a vida”, defende.

Outro ato está marcado pela comunidade LGBT para a próxima sexta-feira, às 15h, no mesmo local.