Tanto faz se ricas ou pobres, mulheres têm aversão a Bolsonaro

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Publicado Terça, 31 de Maio de 2022 às 11:54, por: CdB

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua vez, principal adversário de Bolsonaro na corrida presidencial, está em vantagem entre as mulheres, independentemente de faixa social. Além disso, tem preferência mais robusta entre os mais pobres de ambos os gêneros. Homens ricos, contudo, tendem a se distanciar do petista.

Por Redação - de São Paulo
A aversão do eleitorado feminino ao presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo critério de intenção de voto, distribui-se por todas as classes sociais, segundo a última pesquisa DataFolha. Homens formam a maioria absoluta entre os eleitores do mandatário.
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Manifestação de mulheres contra o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), em São Paulo, na Avenida Paulista
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua vez, principal adversário de Bolsonaro na corrida presidencial, está em vantagem entre as mulheres, independentemente de faixa social. Além disso, tem preferência mais robusta entre os mais pobres de ambos os gêneros. Homens ricos, contudo, tendem a se distanciar do petista. O diagnóstico emerge do cruzamento dos dados de gênero e renda familiar colhidos na pesquisa do instituto entre quarta e quinta-feiras da semana passada. No levantamento, Lula registrou 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% de Bolsonaro. O resultado geral já apontava a vantagem do ex-presidente no eleitorado feminino. Entre elas, o petista chega a marcar 49%, ante 23% do atual mandatário, que se esforça para conquistar esse público.

Espontânea

“A dissonância mais sensível entre a opinião dos dois gêneros se deu na faixa mais edinheirada, revelando uma divergência maior de percepção dos mais ricos sobre os favoritos na disputa ao Planalto. Mulheres correspondem a 53% da amostra da pesquisa; homens são 47%. O grupo com ganho mensal familiar de até dois salários mínimos representa 52% do universo do eleitorado brasileiro. O intermediário equivale a 32% e o mais alto, 11%”, descreve o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), empresa proprietária do DataFolha. Ainda de acordo com a pesquisa, a intenção de voto em Bolsonaro entre as mulheres, em todas as rendas, é sempre numericamente inferior à registrada entre os homens, tanto na pesquisa espontânea (quando não são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados) quanto nas estimuladas de primeiro e segundo turno. A diferença entre os gêneros chega a 15 pontos percentuais entre os que têm renda superior a cinco salários e votam no presidente no primeiro turno: 44% dos homens, ante 29% das mulheres. A distância é menor dentro da parcela de até dois salários, com empate técnico: 21% (homens) e 20% (mulheres).

Segundo turno

“Na comparação entre pobres e ricos, fica evidente o maior apoio dos mais abastados financeiramente a Bolsonaro — embora persista a adesão maior de homens do que de mulheres. Em um eventual segundo turno contra o petista, o presidente teria, entre quem ganha até dois salários, 26% (homens) e 24% (mulheres). Os percentuais sobem para, respectivamente, 44% e 35% no grupo de renda intermediária e para 50% e 36% no estrato acima de cinco salários”, acrescenta a FSP. Lula, que lidera o cenário geral da pesquisa, no entanto, destaca-se entre as mulheres conforme aumenta a classe social. Ele chega a 41% de intenção de voto entre o eleitorado feminino com renda superior a cinco salários, ante 32% dos homens desse mesmo nível de renda. Entre o eleitorado mais pobre (dois salários ou menos), é o voto masculino que se destaca: o petista tem 59% dos votos deles e 54% dos votos delas no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, a diferença do apoio dos diferentes gêneros a Lula é menor (66% entre homens e 67% entre mulheres). “As taxas de rejeição aos candidatos são outra forma de analisar o comportamento das três faixas de renda consideradas pelo Datafolha. No cômputo geral, Lula é repelido por 33% e Bolsonaro, por 54%”, acrescenta.

Rejeição

Homens que se recusam a votar no petista são mais frequentes à medida que o rendimento avança (23%, 44% e 56%, indo dos mais pobres para os mais ricos). Entre as mulheres, os percentuais também crescem (25%, 37% e 41%, respectivamente), mas sem alcançar o nível da rejeição masculina. “Com Bolsonaro, a fatia feminina que refuta escolhê-lo na urna é alta nas três divisões por renda (60%, 56% e 56%). Já a rejeição do público masculino decresce à medida que o entrevistado é mais rico. Despenca de 59% entre quem tem renda de até dois salários para 43% entre os de cinco salários ou mais”. O estudo consta registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisa foi contratada pela FSP e ouviu 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país. A margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, referente aos percentuais gerais, é maior quando observados os recortes dos grupos específicos, por causa do tamanho das amostras.
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