Tarcísio alegou que há questões orçamentárias e de segurança para o veto à proposta. Ele afirmou que acionou o Judiciário para tentar obrigar os trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) a ocuparem seus postos nesta terça-feira, e que os usuários tenham de pagar para usar os serviços.
Por Redação, com Brasil de Fato – de São Paulo
O governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou proposta feita por representantes dos trabalhadores do sistema público de transporte para não realizar a cobrança de tarifas nesta terça-feira, dia de greve de diversas categorias no estado em protesto contra os planos de privatização de diversos serviços.
Tarcísio alegou que há questões orçamentárias e de segurança para o veto à proposta. Ele afirmou que acionou o Judiciário para tentar obrigar os trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) a ocuparem seus postos nesta terça-feira, e que os usuários tenham de pagar para usar os serviços.
– Não consigo ver viabilidade em você colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa zero. Alguém já apresentou de fato a conta de quanto vai ser o subsídio? Se hoje é este valor, com a catraca livre vai ser mais. Para mim isso é algo que não se sustenta, não faz sentido, e nós não vamos embarcar – disse o bolsonarista, em entrevista publicada pelo diário conservador carioca O Globo.
Mesmo com a recusa do governador, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo insiste na proposta de colocar o sistema em funcionamento sem cobrança de tarifas nesta terça e chama o governador para debater com as categorias.
– O governador adota uma postura de questionar o direito de greve. E isso é inconstitucional. Poderia, ao invés disso, retirar as propostas privatistas de pauta e negociar com os sindicatos. A mais prejudicada é a população – disse o diretor do sindicato, Bernardo Lima, reforçando que os servidores públicos têm recebido grande apoio da população nas mobilizações.
Catraca livre
A proposta de catraca livre não é nova em momentos de mobilização dos trabalhadores do sistema de transporte público em São Paulo. No último mês de março, o próprio Tarcísio chegou a publicar em redes sociais a autorização para que o sistema funcionasse sem a cobrança de bilhetes, mas depois recuou.
Na última semana os metroviários lançaram um abaixo-assinado visando colher apoio da população à proposta. A categoria lembrou que os trens e o metrô circularam sem cobrança de tarifa nos dias de provas do Enem, em 5 e 12 de novembro, e que isso não representou qualquer risco à segurança da operação.
Além da paralisação, as categorias envolvidas na mobilização desta terça-feira organizam manifestação, que vai acontecer a partir das 13h, junto à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Os deputados estaduais vão discutir a proposta de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).