Taxa de juros tende a aumentar no próximo ano, aponta pesquisa do BC

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Publicado Segunda, 28 de Dezembro de 2020 às 10:19, por: CdB

Pesquisa do Banco Central mostrou que os especialistas consultados passaram a ver a Selic a 3,13% no fim do ano que vem na mediana das projeções, de 3,0% estimado antes e contra o patamar de 2,0% com que encerra 2020. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo os juros básicos em 3,0% no fim do ano que vem.

Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
Analistas do mercado financeiro ajustaram suas estimativas para a economia brasileira e passaram a ver a taxa básica de juros ligeiramente mais alta no final de 2021, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
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Na pesquisa Focus, do Banco Central, o cálculo sobre o PIB movimenta dezenas de economistas, em todo o país
O levantamento semanal mostrou que os especialistas consultados passaram a ver a Selic a 3,13% no fim do ano que vem na mediana das projeções, de 3,0% estimado antes e contra o patamar de 2,0% com que encerra 2020. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo os juros básicos em 3,0% no fim do ano que vem.

Tolerância

Para a inflação, os economistas ainda calculam taxa de 4,39% em 2020, mas reduziram as contas para a alta do IPCA em 2021 a 3,34%, de 3,37%. O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), permanece a estimativa de contração de 4,40% em 2020, mas o cenário para o crescimento em 2021 foi melhorado a 3,49%, de 3,46% na semana anterior.

Otimismo

Na contramão dos últimos dados sobre o crescimento da economia brasileira, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado nesta segunda-feira, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), registrou em dezembro o maior valor desde maio de 2010, quando ficou em 116,1 pontos. Com o avanço de 1,8 ponto este mês, o ICI atingiu 114,9 pontos e fechou o quarto trimestre de 2020 com média de 113,1 pontos, 14,7 pontos a mais do que a média do terceiro trimestre, que ficou em 98,4. De acordo com a economista da FGV Ibre Renata de Mello Franco, o Índice de Confiança da Indústria de Transformação encerra o ano com um desempenho surpreendente, após “atingir o fundo do poço” em abril. — A recuperação da confiança, impulsionada pelos bens intermediários, indica que o setor está em uma conjuntura favorável, com aceleração da demanda e estoques ainda em nível considerado baixo. Além disso, o Nuci [Nível de Utilização da Capacidade Instalada] mostrou aumento relevante, voltando, após mais de cinco anos, a patamar próximo à sua média histórica — concluiu Mello Franco.
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