Tebet reúne apoios no MDB, mas longe ainda de se consolidar

Arquivado em:
Publicado Segunda, 30 de Maio de 2022 às 12:22, por: CdB

Emedebistas que resistem à senadora e mesmo apoiadores da parlamentar que conhecem bem o partido têm dito que a sigla está dividida e, na convenção, o resultado pode ser mais apertado do que a direção planeja. Isso porque, no encontro, cada Estado tem um número determinado de delegados, aptos a votar.

Por Redação - de Brasília
Candidata a representante de uma suposta ‘Terceira Via’, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ainda não consolidou sua posição junto às legendas que pretende reunir numa vertente contrária tanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas eleitorais, e seu rival, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
tebet.jpg
Longe de ser unanimidade no MDB, no entanto, Tebet conta com apoio da maioria do partido
Embora a pré-candidatura de Tebet tenha sido aprovada pela direção do MDB, ela ainda enfrenta uma série de obstáculos até consolidar o nome na disputa pela Presidência da República. Levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) aponta que, se a convenção fosse hoje, a candidatura da senadora teria votos suficientes para ser seja aprovada pelo partido, mas o panorama pode mudar. Para traçar a tendência de votos, a FSP conversou nos últimos dias com dirigentes estaduais e delegados da legenda com direito a voto na convenção. Ao menos 19 diretórios apoiam, por unanimidade ou por maioria dos convencionais, a candidatura da senadora sul-matogrossense. A projeção de dirigentes estaduais é que Tebet conseguiria reunir ao menos 65% dos votos na disputa.

Maioria

Este cenário, contudo, poderá mudar até o meio do ano, quando a decisão será tomada. Alguns líderes de diretórios regionais e políticos do partido apontam que o apoio pode ser revertido, se a candidatura não decolar. O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), diz que Tebet conta com o apoio de 90% do partido, mas essa maioria ainda é extremamente fluida, conforme admite. Emedebistas que resistem à senadora e mesmo apoiadores da parlamentar que conhecem bem o partido têm dito que a sigla está dividida e, na convenção, o resultado pode ser mais apertado do que a direção planeja. Isso porque, no encontro, cada Estado tem um número determinado de delegados, aptos a votar, e cada um deles tem uma quantidade de votos calculada com base no cargo que ocupa na direção estadual e nacional da sigla e suas funções públicas. Ou seja, uma pessoa pode acumular votos. Ex-presidentes do partido também têm direito a voto. O encontro deverá ser realizado no intervalo entre 20 de julho e 5 de agosto — prazo previsto pelas regras eleitorais. “Entre os principais desafios, Tebet precisará trabalhar para sair do índice de 2% de intenções de voto, segundo a última pesquisa DataFolha, e assegurar que a maioria dos pares a aprovará na convenção do partido. A própria cúpula do MDB reconhece que a candidatura de Tebet no momento é apenas política, garantindo o apoio para que seja chancelada na convenção. Falta ainda o componente eleitoral”, ressalta a FSP. Se a senadora não se mostrar viável, avalia o jornal, ganhará força o cenário em que os diretórios fiquem livres para escolher se ligarem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) ou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa posição já é defendida principalmente pela ala do MDB que enxerga na aliança com Lula uma chance maior de bons resultados na política local em outubro. Essa parcela do Diretório Nacional prefere o apoio ao petista porque a aliança com o ex-presidente dá força aos palanques locais, além de aumentar as chances de participação em um eventual governo.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo