Depois de um final de semana em que tentou, sem sucesso, reunir líderes da base em torno de si para mostrar que ainda tem o apoio da base, Temer começou a segunda-feira tentando mostrar normalidade na agenda
Por Redação – de Brasília
O Palácio do Planalto aposta sua ultima ficha, na tentativa de retomar o controle da cena política, aoi tentar manter o cronograma de votações no Congresso. Apesar da obstrução imposta pela maioria dos partidos, na Câmara, o governo tenta mostrar que ainda respira e tem força para tocar as reformas propostas, disseram à agência inglesa de notícias Reuters fontes governistas.
Depois de um final de semana em que tentou, sem sucesso, reunir líderes da base em torno de si para mostrar que ainda tem o apoio da base, Temer começou a segunda-feira tentando mostrar normalidade na agenda. Busca passar a ideia de que tudo está funcionando.
Sem apoio
Pela manhã, recebeu os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, para tratar do projeto de alívio a dívidas do Funrural. Depois, recebeu os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), que presidiu a comissão da reforma da Previdência na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, e Baleia Rossi, líder do PMDB (SP).
— O trabalho do governo é recuperar a normalidade. Com o Congresso, na economia. A parte jurídica os advogados do presidente estão tratando — disse uma fonte palaciana.
Apesar do terremoto, o governo ainda tem planos de votar nas próximas semanas a reforma trabalhista no Senado. Na semana passada, depois da delação dos executivos da JBS, o relator, Ricardo Ferraço (PSDB-MS), disse que não havia condições de colocar o texto em pauta. Não pretende ir adiante enquanto não se “voltasse à normalidade”. E suspendeu o calendário de tramitação.
Foco
O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha — que deve tocar pessoalmente a negociação da pauta no Congresso —, ainda não conversou. Mas pretende falar com Ferraço para avaliar o clima para a votação.
Na Câmara, uma série de MPs trancam a pauta. A mais importante delas, a que liberou o FGTS das contas inativas, tem duas semanas para ser aprovada na Câmara. E no Senado, antes de caducar.
— Não dá para perder o foco — disse uma outra fonte.
Nesta manhã, antes da audiência com Temer, o ministro da Fazenda seguiu com a estratégia de conversar com investidores. Promoveu duas conferências. O governo quer passar a ideia para o mercado de que, apesar dos percalços políticos, a trajetória econômica seguirá.
— A equipe econômica está atuando. Não é uma estratégia exatamente, mas tem que falar, tem que fazer. O mercado ainda segura por causa da equipe econômica, da ideia de que, não importa o que aconteça, há uma estabilidade aí — afirmou uma das fontes.