Tendência dos preços é de alta, diz a pesquisa do BC com economistas

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Publicado Segunda, 05 de Outubro de 2020 às 15:45, por: CdB

Apesar das altas sucessivas, a expectativa dos economistas ainda está bem abaixo da meta do BC, que é de inflação de 4% este ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Para 2021, quando a meta cai para 3,75%, expectativa está em 3,00%, sobre 3,01% na semana anterior. A projeção para a taxa básica de juros, atualmente em 2% ao ano, menor patamar da história, ficou inalterada.

Por Redação - de Brasília
Economistas consultados pelo Banco Central fizeram novo ajuste para cima em sua projeção para a inflação este ano e agora esperam um IPCA de 2,12% em 2020, mostrou o relatório Focus, nesta segunda-feira. Esta foi a oitava elevação seguida na projeção, que na semana passada apontava para uma inflação de 2,05%.
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O preço dos alimentos recebeu o maior impacto, nos últimos meses, em face da pandemia
Apesar das altas sucessivas, a expectativa dos economistas ainda está bem abaixo da meta do BC, que é de inflação de 4% este ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Para 2021, quando a meta cai para 3,75%, expectativa está em 3,00%, sobre 3,01% na semana anterior. A projeção para a taxa básica de juros, que está atualmente em 2% ao ano, menor patamar da história, ficou inalterada em 2% para o final deste ano e em 2,50 para o final de 2021.

Serviços

O relatório Focus mostrou também uma piora da projeção para a entrada de investimento direto no país (IDP) neste ano e no próximo. Expectativa é que o IDP fique em US$ 51,26 bilhões em 2020 e em US$ 65 bilhões em 2021, frente a projeções de US$ 55 bilhões e US$ 68,50 bilhões, respectivamente, há uma semana. As estimativas para o déficit em transações correntes, na outra ponta, foram reduzidas, para US$ 6,81 bilhões em 2020 (US$ 7,20 bilhões antes) e US$ 17,00 bilhões em 2021 (US$ 19,45 bilhões antes), com expectativas melhores para as exportações. O setor de serviços brasileiro, por sua vez, voltou a crescer em setembro depois de seis meses de retração, diante da reabertura das empresas após o relaxamento das medidas de contenção ao coronavírus, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Atividade

O levantamento mostrou que o PMI de serviços do Brasil subiu a 50,4 em setembro, de 49,5 em agosto, primeira vez acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, desde fevereiro. — Os dados para setembro destacaram sinais preliminares de uma recuperação no setor de serviços do Brasil, após seis meses de contração devido à pandemia de Covid-19 — disse a jornalistas a diretora associada de economia do IHS Markit, Pollyanna De Lima. Entretanto, o IHS Markit, que realiza a pesquisa, alertou que o dado sugere apenas taxa marginal de expansão, já que algumas empresas indicaram atividade menor em suas unidades, com entrevistados citando término de contratos, desemprego alto e impacto prolongado da pandemia sobre a demanda por seus serviços. Ainda assim, o mês de setembro foi marcado por novos trabalhos e otimismo sustentado nas empresas. As novas encomendas cresceram pelo segundo mês seguido diante da reabertura, embora a taxa de crescimento tenha sido moderada. Os novos trabalhos do exterior voltaram a cair, chegando a nove meses seguidos de contração, mas no mais fraco ritmo de perdas desde fevereiro.

Pagamento

As empresas de serviços viram seus custos aumentarem de novo em setembro, com evidências apontando preços mais elevados de energia, alimentos, combustíveis, materiais de higiene e de proteção pessoal. As empresas absorveram os custos adicionais e reduziram os preços cobrados, porém à custa de nova redução nas folhas de pagamento. A queda no emprego do setor de serviços foi marcante em setembro, mas a mais fraca desde que a atual sequência de reduções começou, em março. Ainda assim, vários fornecedores de serviços brasileiros mantêm esperanças de que uma vacina para a Covid-19 será possível nos próximos 12 meses, o que sustentaria o crescimento da produção.

Setor privado

Em contrapartida, outros preveem que a pandemia continuará restringindo a atividade. O otimismo geral se manteve, mas caiu em relação a agosto e foi fraco em comparação com a média da série. Com o retorno ao crescimento do setor de serviços e novo recorde de expansão para a indústria, o setor privado do Brasil cresceu pelo segundo mês seguido em setembro, com o PMI Composto marcando 53,6, de 53,9 em agosto. — A notícia da retomada no setor de serviços complementou os resultados positivos da indústria. Isso se traduz em crescimento sustentado da atividade empresarial e novos trabalhos no setor privado — concluiu De Lima.
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