Os deputados citados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Sanguessugas por envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias comrecursos públicos tiveram até a meia-noite desta segunda-feira para renunciar ao mandato e evitar a abertura de processo de cassação no Conselho de Ética, marcada para esta terça. Até o encerramento desta edição, dos 69 deputados mencionados, apenas Coriolano Alves (PMDB-CE) renunciou ao mandato.
No entanto, se o parlamentar que renunciar se reeleger em outubro, ainda poderá ter processo aberto na próxima legislatura. Para isso, basta apenas um pedido de desarquivamento da representação feito pela Mesa Diretora ou por algum partido político. No Conselho de Ética, o deputado terá o direito a apresentar até cinco testemunhas de defesa. Nesta terça-feira, o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), deve também sortear os sub-relatores.
Na última semana, o conselho alterou norma interna para permitir que um deputado relate mais de um processo e, desse modo, agilizar o julgamento. Além disso, para garantir celeridade, Izar poderá formar sub-comissões para ouvir as testemunhas. Após apreciação dos processos no Conselho de Ética, o julgamento final caberá ao plenário, que poderá cassar o mandato do parlamentar. Para ter o mandato cassado, é necessário o voto favorável de 257 dos 513 deputados. No Senado, a defesa por escrito dos três parlamentares citados pela CPI – senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) – foram entregues ao Conselho de Ética durante a tarde. Cabe agora ao presidente do colegiado, senador João Alberto (PMDB-MA), escolher os relatores dos processos que poderão ser instaurados nesta terça.