Thomaz Bastos não descarta Exército nas ruas do RJ

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Publicado Segunda, 12 de Abril de 2004 às 16:12, por: CdB

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, não descartou o uso das Forças Armadas, em caso de pedido da governadora Rosinha Garotinho para a manutenção da ordem pública no rio de Janeiro. Em cinco dias, a guerra pelo controle do tráfico matou dez pessoas na cidade.

Bastos admitiu que a população carioca esteja indignada com a violência no Rio de Janeiro. "A população tem toda a razão de estar indignada, irritada, mas o ato é que nós temos de enfrentar esta situação", afirmou o ministro em entrevista coletiva.

Conforme o ministro, o governo federal não pretende fazer uso político da situação, mas apenas cooperar no combate ao crime organizado. Segundo ele, amanhã serão destinados R$ 9 milhões ao Estado do Rio, dinheiro do Fundo Nacional de Segurança Pública.

"Se a governadora quiser, o governo federal não vai hesitar em executar suas atribuições para manter a ordem pública. No ano passado, quando colocamos o exército para policiar as ruas no carnaval, atendemos a um pedido do governo do Rio", disse.

O ministro ressaltou que os serviços de inteligência da PF já haviam alertado sobre um possível agravamento da situação na Rocinha, por conta da briga pelos principais pontos de venda de drogas. "A Polícia Federal, que passa por uma greve, cumpriu suas funções no limite de suas forças. Este ano eles fizeram grandes operações e cumpriram plenamente suas funções. O que temos no Brasil, no entanto é uma crise institucional, com a integração de todas as forças de segurança pública", afirmou.

Thomaz Bastos criticou ainda a idéia de se construir um muro ao redor da Rocinha para impedir o aumento da favela. "Não conheço detalhes, mas não veja utilidade no muro e não gosto da idéia sob aspecto algum". O ministro não comentou a possibilidade de o governo federal decretar o Estado de Defesa no Rio, idéia levantada pelo prefeito César Maia.

O ministro informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou que ele conversasse com a governadora do Rio, Rosinha Garotinho, para garantir "todo o apoio" necessário. "Nós tomaremos todas as providências que são necessárias, úteis e indispensáveis pra terminar com os confrontos no Rio de Janeiro, que tem como objetivo final a lavagem de dinheiro", enfatizou.

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