Chamou atenção na última segunda-feira, 02 de agosto, o pronunciamento em cadeia nacional de Rádio e TV, do ministro das Comunicações, o deputado potiguar Fábio Faria. Na semana em que o Congresso Nacional retomou seus trabalhos pós recesso, o governo federal não usou o expediente para se solidarizar com os familiares das mais de 550 mil vidas perdidas.
Por Wadson Ribeiro – de Brasília
Chamou atenção na última segunda-feira, 02 de agosto, o pronunciamento em cadeia nacional de Rádio e TV, do ministro das Comunicações, o deputado potiguar Fábio Faria. Na semana em que o Congresso Nacional retomou seus trabalhos pós recesso, o governo federal não usou o expediente para se solidarizar com os familiares das mais de 550 mil vidas perdidas, nem tampouco, para felicitar a delegação olímpica brasileira, que pode fazer história nesses jogos. Ao contrário, o governo Bolsonaro usou os veículos de comunicação para difundir mentiras e defender que os Correios sejam entregues à iniciativa privada.As privatizações
As privatizações que Bolsonaro quer levar adiante fazem parte de uma visão submissa e dependente, sem qualquer projeto soberano de país. A Vale do Rio Doce, a título de exemplo, foi privatizada por pouco mais de R$ 3,5 bilhões e obteve apenas no primeiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 40 bilhões. Recursos que poderiam estar a serviço da educação, da saúde e do combate à pobreza, foram para o bolso dos acionistas privados. No caso da Vale, além dessa entrega, nunca se viu tantas catástrofes ambientais e mortes provocadas pelo total descontrole do Estado. Nos Correios, as consequências serão sentidas por milhões de brasileiros que não conseguirão acessar serviços hoje ofertados, aprofundando ainda mais as desigualdades sociais do país. No momento atual, fruto da pandemia, há um aumento da demanda pelos serviços de entrega, proporcional ao crescimento do comércio eletrônico. Isso faz dos Correios um negócio altamente lucrativo. Enquanto o mundo abandonou a ideia de um Estado Mínimo e a pandemia mostrou a necessidade de políticas públicas e da interferência do poder público para assegurar renda, emprego e acesso à saúde, Bolsonaro, na contramão da história, tenta fazer o contrário e entregar todo o patrimônio público brasileiro, comprometendo, inclusive, a segurança nacional. Precisamos das empresas públicas como base para um novo projeto nacional de desenvolvimento. O Estado não pode ser mínimo para os trabalhadores e vultuoso para os interesses do capital e do sistema financeiro.Wadson Ribeiro, é presidente do PCdoB-MG, foi presidente da UNE, da UJS e secretário de Estado.
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