Tombini diz em Davos que Brasil precisa crescer mais nos próximos anos

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Publicado Sexta, 24 de Janeiro de 2014 às 10:26, por: CdB
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Tombini participou de um painel em Davos, sobre o crescimento dos países emergentes
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira que o patamar de crescimento anual de 2% do Brasil registrado no terceiro trimestre de 2013 não é suficiente. Tombini participou de um debate sobre o futuro da política monetária, com representantes do Japão, do Reino Unido e dos Estados Unidos. – Não é bom o suficiente e precisamos fazer mais – disse Tombini no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma expansão de 2,2% no terceiro trimestre de 2013 na comparação com igual período de 2012. Entretanto, quando comparado com o segundo trimestre, a atividade registrou contração de 0,5% entre julho e setembro. Para Tombini, o início da redução do estímulo pelo banco central norte-americano tem tido um saldo positivo para o Brasil. O Federal Reserve, anunciou em dezembro redução de seu agressivo programa de compra de títulos mensais em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões. Sobre um movimento global de saída dessas medidas de política monetária, o presidente do BC brasileiro disse que ela "não é sincronizada" neste momento. – Isso é bom de algumas maneiras já que não há um efeito de aspirador de pó... mas você pode ter mais volatilidade nas taxas de câmbio – argumentou. Ainda segundo Alexandre Tombini, o Brasil vem conseguindo frear o ritmo de avanço da inflação, mas que "ainda é preciso seguir nessa direção". Na véspera, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que, neste início de ano, a inflação perdeu força em relação ao final do ano passado, ficando abaixo das previsões do mercado. Em 2013, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, fechou em 5,91% – acima da taxa de 5,84% registrada em 2012. – Temos sido capazes de reduzir a inflação e precisamos ainda seguir nesta direção. Os números mais recentes sobre a inflação que vemos pelos menos nos dão uma resposta de que política monetária também funciona no Brasil – afirmou o presidente do Banco Central, que acompanha no fórum a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Competição No ano passado, Tombini, que foi o único representante do Brasil em Davos, ao lado do então ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, participou de um seminário sobre mercados emergentes e, na ocasião, afirmou que o país teria de se preparar para ser mais competitivo. – Em poucos anos, seremos muito mais competivos. Está em curso a redução dos custos de produção. O setor privado tem sido beneficiado. A presidente vem baixando taxas, capacitando os trabalhadores, fazendo mais parcerias público-privadas. São iniciativas que deixarão nossa economia muito mais competitiva no futuro – afirmou Tombini no fórum de 2013. Meia-idade Na quinta-feira, o ministro da Fazenda foi o primeiro representante brasileiro a falar em Davos. Ao participar de um painel de entrevistas em um canal de TV a cabo brasileira sobre a "crise de meia-idade" dos Brics – grupo de potências emergentes da economia global, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, Mantega foi otimista e disse que esses países continuarão liderando o crescimento mundial. Mas, segundo ele, é preciso que sejam feitas mudanças nos modelos de expansão dessas nações. – Não acredito que haja crise de meia-idade dos Brics. Diante da crise mundial, houve redução do volume de comércio, de demanda internacional. A economia mundial, os países avançados estão em vias de recuperação, ainda gradual, inicial. E, portanto, com essa recuperação, nós teremos uma reativação do comércio. O comércio (global) crescia a um volume de 6% a 7% ao ano. Daqui para frente, voltará a crescer 4% a 5%. Os Brics continuarão liderando o crescimento da economia mundial. Mas, para, isso, precisam fazer mudanças nos seus modelos de crescimento – afirmou Mantega.
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