Sessenta e sete trabalhadores rurais, procedentes do Maranhão e Piauí, que estavam submetidos a regime de trabalho escravo, em duas fazendas em Marabá, no Sul do Pará, foram libertados, no último domingo (4), pelo Grupo Móvel do Ministério do Trabalho. Trinta deles foram localizados na Fazenda Tapirapé, enquanto os demais, na Fazenda Ponta da Serra.
Todos viviam em condições degradantes, dormiam em alojamentos improvisados e trabalhavam além da jornada fixada pela legislação. Nenhum tinha carteira de trabalho assinada e há dois meses não recebiam salários.
No grupo foi identificado um menino, de cerca de 15 anos, que disse ter sido contratado para derrubar mata, junto com trabalhadores adultos. O dono da fazenda, cujo nome não foi revelado pelos fiscais, foi obrigado a regularizar a situação dos trabalhadores e responderá a processo por prática de trabalho escravo.
Outros 37 trabalhadores que estavam na fazenda Ponta da Serra enfrentavam condições ainda piores, segundo os fiscais. Eram obrigados a tomar banho e lavar roupa no mesmo açude de onde tiravam água para beber, e também onde o gado do fazendeiro também ingeria o produto.
As indenizações dos 67 homens serão pagas a partir da próxima terça-feira, na subdelegacia do Trabalho de Marabá.