Tragédias ambientais disparam em 20 anos e cobram preço alto em vidas

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Publicado Segunda, 12 de Outubro de 2020 às 10:00, por: CdB

Um total de 7.348 grandes desastres foram registrados globalmente, ceifando 1,23 milhão de vidas e afetando 4,2 bilhões de pessoas, com perdas econômicas de US$ 2,97 milhões durante o período de duas décadas, contabiliza a ONU.

Por Redação, com Reuters - de Genebra
A quantidade de ocorrências climáticas extremas aumentou, dramaticamente, nos últimos 20 anos. O alto preço cobrado pela natureza, em vidas humanas e animais, somado ao prejuízo econômico ao redor do mundo, tende a aumentar, nos próximos anos, e causar ainda mais estragos, afirmou a Organização das Nações Unidas, nesta segunda-feira.
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Tragédias naturais ou causadas pela mão humana, como no caso de Brumadinho (MG), tendem a aumentar nos próximos anos, segundo estudo da ONU
Ondas de calor e secas serão a maior ameaça da próxima década, com temporadas continuando a crescer devido aos gases que retêm o calor, disseram especialistas. China (577) e Estados Unidos (467) registraram o maior número de desastres entre 2000 e 2019, seguidos por Índia (321), Filipinas (304) e Indonésia (278), afirmou a ONU em um relatório publicado na véspera do Dia Internacional para a Redução de Risco de Desastres. Oito dos dez países estão na Ásia. Um total de 7.348 grandes desastres foram registrados globalmente, ceifando 1,23 milhão de vidas e afetando 4,2 bilhões de pessoas, com perdas econômicas de US$ 2,97 milhões durante o período de duas décadas, contabiliza a ONU. Secas, enchentes, terremotos, tsunamis, incêndios e eventos extremos de temperatura causaram muitos danos. — A boa notícia é que mais vidas foram salvas, mas a má notícia é que mais pessoas estão sendo afetadas pela emergência climática cada vez maior — disse a Representante Especial para a Redução de Risco de Desastre do Secretário-Geral da ONU, Mami Mizutori. Ela pediu que os governos investissem em sistemas de alerta e implementassem estratégias de reduções de risco.

Temperatura global

Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres na Universidade de Louvain, Bélgica, que forneceu dados para o relatório, afirmou: — Se este nível de crescimento de eventos extremos de clima continuar ao longo dos próximos 20 anos, o futuro da humanidade realmente parece desolador. Ondas de calor serão nosso maior desafio nos próximos 10 anos, especialmente em países pobres — disse. O último mês foi o setembro mais quente do qual se tem registro, com temperaturas altas fora do comum na Sibéria, no Oriente Médio e em partes da América do Sul e da Austrália, disse o Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia. Temperaturas globais continuarão a crescer ao longo dos próximos cinco anos e podem temporariamente subir para mais de 1,5 graus celsius além dos níveis pré-industriais, afirmou a Organização Mundial de Meteorologia (WMO, sigla em inglês), em julho. Os cientistas estabeleceram 1,5 graus celsius como o teto para evitar um catástrofe climática.
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