Três pessoas morrem por febre hemorrágica em MG

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 16 de julho de 2003 as 00:59, por: CdB

A morte de três homens na zona rural de Divinópolis e no município vizinho de Nova Serrana, Região Centro-Oeste de Minas, todas por febre hemorrágica, coloca em alerta técnicos da Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
 
A preocupação maior é com a possibilidade de uma nova epidemia de febre amarela, como ocorreu há dois anos naquela área.

Só neste ano foram registrados 62 casos da doença no Estado, com 22 óbitos, contra seis no ano passado, com duas mortes. Além da suspeita de febre amarela, a SES está investigando se as mortes dos irmãos carroceiros de Divinópolis A.L.S., 31 anos, e A.L.S., 29 anos, e do lavrador de Nova Serrana, identificado apenas pelas iniciais D.S., 44 anos, todas ocorridas na última segunda-feira, tenham relação com a febre maculosa, hantavirose, leptospirose, malária ou dengue. Os resultados dos exames podem demorar de cinco a 30 dias.

Apesar do aumento de casos de doenças por febre hemorrágica e também de mortes neste ano, a consultora de Epidemiologia da SES, Talita Chamone, disse que a orientação é “não alarmar a população”. “Não podemos precipitar, fazer algum tipo de correlação. As doenças podem se confundir”, disse.

Segundo ela, o Estado está ampliando suas ações para evitar o registro de novas vítimas. Essas ações são baseadas na capacitação contínua de profissionais de saúde.

Os números da própria SES revelam, no entanto, aumento de casos de algumas doenças do protocolo de febre hemorrágica. Entre os 54 registros de leptospirose neste ano, por exemplo, cinco pacientes morreram, contra quatro em 2002, quando foram relatados 55 casos.

Os óbitos por hantavírus neste ano (sete) já alcançaram o mesmo número de vítimas de 2002. Nos seis primeiros meses do ano, foram confirmados 11 casos de hantavírus, contra 14 em 2002.

Também neste ano, 54 casos de malária foram confirmados, sendo 29 importados de outros Estados. No ano passado, a malária fez 71 vítimas, com uma morte. A febre maculosa (provocada por carrapato que se hospeda em equinos e cães) já provocou três vítimas, contra dez no ano passado, quando uma pessoa morreu.

A dengue também lidera o ranking de vítimas. Só neste ano, foram confirmados 4,8 mil casos, com três óbitos, contra 28.168 em 2002, quando morreram duas pessoas. Assim como a malária, casos de dengue e leptospirose são mais comuns na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em grandes centros.

Casos de leptospirose estão concentrados na RMBH e nos vales do Mucuri e Rio Doce; hantavírus, no Triângulo Mineiro e Sul do Estado; e febre amarela, na Região do Serro e Vale do Jequitinhonha.

As febres hemorrágicas respondem pela segunda causa das mortes registradas no Estado, perdendo apenas para ocorrências de doenças cardiovasculares.

São considerados casos de febre hemorrágica todo quadro febril agudo, com menos de três semanas de evolução, combinado com um ou mais fenômenos hemorrágicos, como derramamento de sangue pelo nariz, hemorragia nas gengivas, tosse com secreções e manchas vermelhas na pele. Caso apareçam esses sintomas, é preciso evitar automedicação e buscar assistência médica imediata.