TSE proíbe campanha de Serra de tentar vincular PT e Beira-Mar

A Justiça Eleitoral aceitou, nesta sexta-feira, um recurso impetrado pelo Partido dos Trabalhadores e proibiu a campanha do governista José Serra de voltar a veicular propaganda na televisão sugerindo associações entre o traficante Fernandinho Beira-Mar e o partido de seu adversário na corrida à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Nas inserções questionadas pelo PT, a coligação de Serra citou uma notícia de jornal, segundo a qual a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul - governado pelos petistas - estaria exaltando guerrilheiros colombianos que treinaram Beira-Mar. Na representação enviada à Justiça Eleitoral, o advogado Márcio Luiz Silva afirmou que, nas inserções veiculadas no horário eleitoral gratuito, o programa de José Serra acusou Lula de fugir dos debates para não ter que esclarecer como textos da Secretaria de Educação do PT gaúcho elogiavam a luta dos rebeldes da Colômbia. Segundo Márcio Luiz Silva, a propaganda de Serra tinha conteúdo enganoso, ofendia o candidato do PT e atingia sua imagem perante o eleitorado, "fazendo crer que a Coligação Lula Presidente e seu candidato, defendem o terrorismo, o narcotráfico, os seqüestros e assassinatos, já que este é o senso comum imediatamente vinculado ao Fernandinho Beira-Mar e a qualquer grupo guerrilheiro". A liminar foi acatada pelo ministro Gerardo Grossi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que classificou a manipulação feita pela campanha de Serra como "evidente". Segundo Grossi, o PT gaúcho não divulgou qualquer cartilha de governo exaltando a guerrilha colombiana. O ministro verificou tratar-se de debates entre professores sobre questões sociais e políticas.