Três aviões de combate F-16 da força aérea turca bombardearam posições do grupo jihadista “Estado Islâmico” (EI) em território sírio, perto da fronteira com a Turquia, afirmou nesta sexta-feira o gabinete do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoğlu.
Esse foi o primeiro ataque aéreo da Turquia contra a milícia jihadista, que ocupa boa parte do território da Síria, país vizinho da Turquia. O bombardeio é uma mudança da tática de Ancara, que reluta em se unir à coalizão internacional liderada pelos EUA contra o grupo extremista.
O bombardeio ocorre um dia depois de militantes jihadistas terem disparado contra um posto militar turco, perto da fronteira com a Síria, matando um soldado turco e deixando dois feridos.
Uma autoridade turca afirmou, em condição de anonimato, que os aviões decolaram da base aérea de Diyarbakir, no sudeste da Turquia, e atacaram dois quartéis-generais e uma base de apoiadores do EI. Os aviões não invadiram o espaço aéreo sírio, ressaltou. Segundo a agência de notícias Dogan, ao menos 35 militantes foram mortos no ataque.
Como parte da operação para combater extremistas dentro da própria Turquia, a polícia deteve ao menos 251 pessoas nesta sexta-feira. Elas são acusadas de apoiar o EI ou de serem militantes curdas. Segundo o gabinete do primeiro-ministro, a Turquia está determinada em lutar contra todos os grupos terroristas, “sem distinção”.
Segundo o jornal turco Hurriyet, os ataques foram uma resposta à morte, na quinta-feira, de um soldado turco, depois de membros do EI terem disparados contra um posto militar na província turca de Kilis, na fronteira com a Síria. Um militante do grupo jihadista também morreu nos tiroteios.
A operação desta sexta-feira ocorreu depois de a Turquia concordar que os EUA usem a base aérea de Incirlik para realizar ataques contra os extremistas do EI.
Na segunda-feira, um ataque suicida atribuído ao EI, na cidade turca de Suruç, deixou 32 mortos e mais de cem feridos.