Ucrânia denuncia ataque da Rússia ao Porto de Odessa após acordo

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Publicado Sábado, 23 de Julho de 2022 às 08:26, por: CdB

Em mensagem no Facebook, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse que o ataque equivale a uma "cusparada de Vladimir Putin na cara do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da Turquia, Recep Erdogan", mediadores do acordo sobre cereais.

Por Redação, com ANSA - de Kiev/Moscou

A Ucrânia acusou a Rússia neste sábado de ter lançado quatro mísseis contra Odessa, principal cidade portuária do país, um dia depois da assinatura de um acordo para permitir a exportação de grãos através do Mar Negro.
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Coleta de grãos na região de Odessa, no sul da Ucrânia
Segundo as autoridades locais, dois mísseis do tipo Kalibr foram abatidos pelas forças de defesa antiaérea, e dois atingiram as estruturas do porto. Em mensagem no Facebook, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse que o ataque equivale a uma "cusparada de Vladimir Putin na cara do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da Turquia, Recep Erdogan", mediadores do acordo sobre cereais. – Levou menos de 24 horas para que a Federação Russa lançasse um ataque com mísseis ao Porto de Odessa para colocar em discussão as promessas feitas à ONU e à Turquia no documento assinado ontem em Istambul – acrescentou.

Mar Negro

Já Guterres, por meio de um porta-voz, condenou "inequivocamente" o ataque deste sábado contra o Porto de Odessa, cobrando a "plena implantação" do acordo para exportação de cereais no Mar Negro. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse que atacar um alvo crucial para o comércio de grãos um dia depois da assinatura do pacto em Istambul é "particularmente reprovável e demonstra o total desprezo da Rússia pelos compromissos internacionais". O acordo assinado na Turquia prevê a criação de corredores seguros para a exportação de cereais através de três portos ucranianos no Mar Negro: Odessa, Chornomorsk e Yuzhne. Segundo o pacto, navios mercantis não precisarão de escolta militar para acessar a costa da Ucrânia, e as exportações serão monitoradas por um centro de coordenação em Istambul. Se houver necessidade de inspeções em cargueiros, as vistorias serão feitas por grupos conjuntos. Ainda assim, Kiev prometeu adotar "respostas militares imediatas" caso haja "provocações" da Rússia. A assinatura do pacto diminui o risco de uma crise alimentar global provocada pelo bloqueio naval russo aos portos ucranianos, mas ainda levará algumas semanas para sua plena implantação.
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