O governo de Donald Trump anunciou, esta semana, uma tarifa de 25% nas importações de aço e 10% no alumínio, a entrar em vigor em 15 dias. O fato aumentou o receio de uma guerra comercial em escala planetária.
Por Redação, com agências internacionais - de Berlim e Tóquio
As novas tarifas para importação de aço e alumínio custarão empregos e crescimento econômico, disse neste domingo a ministra da Economia da Alemanha, Brigitte Zypries. Ela acrescentou, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, que a União Europeia e outros defensores do livre comércio não se deixarão dividir.
O governo de Donald Trump anunciou, esta semana, uma tarifa de 25% nas importações de aço e 10% no alumínio, a entrar em vigor em 15 dias. O fato aumentou o receio de uma guerra comercial que pode aumentar preços e reduzir o crescimento global.
A União Europeia afirmou que irá pedir a Organização Mundial do Comércio para adotar suas próprias medidas; mesmo esperando ainda que os 28 países do bloco sejam isentos desta nova tarifa.
“As políticas de Trump estão colocando a ordem da economia global em risco”, disse Zypries à Reuters, por e-mail. “Ele não entende a arquitetura disso, que é baseada em um sistema de mercados globais abertos. Qualquer um que questione isso está colocando em risco prosperidade, crescimento e emprego”.
Guerra comercial
Empresas norte-americanas que consomem aço e alumínio também criticaram a medida. Afirmaram que serão prejudicadas pelo aumento de custos.
“A Alemanha e seus aliados devem agora resguardar o livre comércio e evitar serem divididos pela oferta de Trump de isentar alguns aliados como México, Canadá e Austrália”, disse a ministra. “É importante que a Europa mostre coletivamente que poderá haver contra-medidas e não haverá fissuras entre os defensores do livre comércio”, acrescentou.
A guerra comercial entre a Europa e os Estados Unidos, porém, ainda pode ser evitada, segundo Zypries. Ela espera que negociações em Bruxelas nesta semana possam ajudar a impedir que a situação piore.
Zypries disse, ainda, à radio Deutschlandfunk que, até agora, nenhuma tarifa foi imposta e é muito cedo para falar sobre a aproximação de uma guerra comercial.
— Mas chegamos a uma situação em que as discussões ficaram sérias — acrescentou.
Mais calma
O ministro do Comércio do Japão também se pronunciou, na noite passada. Ele buscou uma exceção às tarifas dos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio e pediu “comportamento calmo” na disputa que ameaça se transformar em uma guerra comercial.
O ministro Hiroshige Seko disse, em entrevista coletiva, que seu correspondente no governo dos EUA, Robert Lightlizer, apenas explicou o cronograma e procedimentos das ações norte-americanas durante negociações em Bruxelas. Seko disse acreditar que ainda há tempo para o Japão conseguir uma exceção às tarifas.
— Expressamos nossa preocupação. Isso pode abalar os mercados mundiais de aço e alumínio e ter um impacto negativo — disse Seko a jornalistas depois de se reunir com Lightlizer, representante comercial dos EUA.
Consultas
No encontro, ele tentou conseguir uma exclusão para o Japão.
— Pedimos por um comportamento calmo — disse Seko.
O Japão, disse ele, seguirá as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) em termos de adotar medidas.
— Se houver uma violação, então vamos buscar consultas. Vamos olhar os impactos nas empresas japonesas e tomar uma decisão final — concluiu.