União terá que indenizar mãe de militante torturado e morto pela ditadura

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Publicado quinta-feira, 16 de setembro de 2021 as 14:43, por: CdB

Em sua decisão, o desembargador Johnsom di Salvo afirmou haver “prova abundante da causa da morte”, cometida por agentes da ditadura militar. Zanirato foi enterrado como indigente e a causa da morte seria suicídio, de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) na época.

Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília

A mãe de Carlos Roberto Zanirato, que foi torturado e na sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo, em 1969, deve ser indenizada em R$ 200 mil pela União. A decisão é do Tribunal Regional Federal da Terceira Região (TRF-III), na capital paulista.

Zanirato foi preso em 23 de junho 1969, quando tinha 20 anos, após desertar do Exército para integrar a Vanguarda Popular Revolucionária

Em sua decisão, o desembargador Johnsom di Salvo afirmou haver “prova abundante da causa da morte”, cometida por agentes da ditadura militar. Zanirato foi enterrado como indigente e a causa da morte seria suicídio, de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) na época.

De acordo com o depoimento da mãe, de funcionários do Instituto Médico Legal (IML) e de outros presos do Dops, para simular o suicídio Zanirato teria sido barbaramente torturado e seu corpo jogado na frente de um ônibus, na avenida Celso Garcia, zona leste de São Paulo.

– O dano moral sofrido (pela mãe) é mais que evidente e justifica o recebimento de indenização por todo sofrimento e desgaste psíquico experimentado com o encarceramento de seu filho por motivação política no DOPS/SP, onde foi seviciado até a morte e depois descartado numa vala comum, sem qualquer identificação, de forma indigna e desrespeitosa – afirma di Salvo em sua decisão.

Militante

Zanirato foi preso em 23 de junho 1969, quando tinha 20 anos, após desertar do Exército para integrar a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca. O militante morreu após seis dias de tortura.

A tese do suicídio só foi derrubada após investigações feitas pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), que constatou que a sua morte ocorreu em decorrência de tortura.

Segundo relatório da Comissão da Verdade, durante os 20 anos de duração da ditadura no Brasil, 424 pessoas morreram ou desapareceram.

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