Vacinas da Pfizer e Moderna estariam ligadas a casos de inflamação cardíaca, diz EMA

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Publicado Sexta, 09 de Julho de 2021 às 09:47, por: CdB

O comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) alertou nesta sexta-feira que as vacinas contra covid-19 produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna podem estar associadas a 321 casos de inflamação cardíaca rara.

Por Redação, com Sputnik e DW - de Genebra

O comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) alertou nesta sexta-feira que as vacinas contra covid-19 produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna podem estar associadas a 321 casos de inflamação cardíaca rara.
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EMA afirma que vacinas da Pfizer e da Moderna estariam ligadas a casos de inflamação cardíaca rara
A agência europeia revisou 164 casos de miocardite e 157 casos de pericardite, ligados às duas vacinas baseadas em tecnologia de RNA mensageiro (mRNA).
O comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) alertou nesta sexta-feira que as vacinas contra covid-19 produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna podem estar associadas a 321 casos de inflamação cardíaca rara. EMA afirma que revisou 164 casos de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e 157 casos de pericardite (inflamação do revestimento externo do coração), ligados às duas vacinas baseadas em tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). Os sintomas de ambas as condições incluem falta de ar, dor no peito e palpitações cardíacas. "O comitê recomenda, portanto, listar miocardite e pericardite como novos efeitos colaterais nas informações para essas vacinas, juntamente com um alerta para aumentar a conscientização entre os profissionais de saúde e as pessoas que tomam essas vacinas", lê-se no comunicado da EMA divulgado nesta sexta-feira.

O comitê de segurança

O comitê de segurança da agência europeia diz que 145 casos de miocardite foram observados em indivíduos que receberam a vacina Pfizer/BioNTech e 19 entre as pessoas que receberam a vacina Moderna. Além disso, foram observados 138 casos de pericardite após o uso da vacina Pfizer/BioNTech e outros 19 casos observados após a vacinação com a vacina Moderna. Apesar desses casos, a EMA reforça a importância de que todos se vacinem contra o novo coronavírus. "A EMA confirma que os benefícios de todas as vacinas (contra a) covid-19 autorizadas continuam a superar seus riscos, dado o risco de doença covid-19 e complicações relacionadas e como a evidência científica mostra que elas reduzem as mortes e hospitalizações devido à covid-19", afirma o comunicado. No total, 177 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech e 20 milhões de doses da vacina da Moderna foram administradas na União Europeia até 31 de maio.

CoronaVac é menos eficaz contra variante Gama

Os anticorpos produzidos pela vacina CoronaVac são menos eficazes para neutralizar a variante Gama (identificada pela primeira vez em Manaus) do que o coronavírus Sars-Cov-2 original, afirmou um estudo sob liderança do microbiologista José Módena, da Unicamp, e publicado na quinta-feira na revista The Lancet Microbe. A variante Gama pode, assim, circular entre pessoas vacinadas com a CoronaVac, inclusive onde a taxa de vacinação é elevada, advertem os cientistas responsáveis. Eles ressalvam, porém, que sua conclusão não significa que a CoronaVac não proteja os vacinados, mas comprova que a variante Gama tem uma elevada capacidade de contágio mesmo entre imunizados. "Em hipótese alguma estamos dizendo que a vacina não funciona", declarou Módena ao diário conservador carioca O Globo. Estudos anteriores mostraram que a CoronaVac é eficaz para evitar hospitalização e morte. O que o novo estudo reforça é a necessidade de pessoas que já foram vacinadas ou infectadas continuarem usando máscara e mantendo distância dos outros devido à elevada capacidade de contágio da Gama mesmo entre vacinados. Além disso, estudos em outros países já mostraram que outras vacinas também podem ser menos eficazes contra variantes do novo coronavírus.

Outro fator: linfócitos T

Os cientistas fizeram testes de laboratório com o plasma sanguíneo de 53 pessoas que haviam recebido a CoronaVac e de 21 pessoas que haviam sido infectadas recentemente. Os anticorpos produzidos por pessoas que apenas receberam uma dose entre 20 e 23 dias antes e duas doses entre 134 e 260 dias antes não tiveram nenhum efeito detectável sobre a variante Gama, afirmaram. Já os anticorpos dos vacinados com segunda dose entre 17 e 38 dias antes foram eficazes, mas menos do que contra o coronavírus original, que era anteriormente o dominante no Brasil. Os autores ainda ressalvaram que estudos baseados em anticorpos não levam em consideração um outro aspecto da resposta imune: a imunidade celular (que se deve aos linfócitos T), que também desempenha um papel protetor depois da vacinação.
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